O que os alunos ganham por ter um professor revolucionário?

socrates

Questionar sempre nos leva a uma reflexão. Talvez por isso eu goste tanto do método que Sócrates utilizava para ensinar seus discípulos. Em plena Grécia Antiga, no apogeu da democracia, o filósofo, que se utilizava da ironia e da maiêutica (perguntar e abandonar pré-conceitos) e é considerado o pai da filosofia, chegou a ser condenado sob o argumento de corromper a juventude, justamente por leva-los a questionar os padrões da época. Que maravilha poder ser condenado por realizar algo tão bom!

Por outro lado, também é válido o método peripatético de Aristóteles, outro gigante da filosofia grega, que caminhava com seus alunos por diferente ambientes e espaços (salas, jardins, ruas, etc.) a fim de estimular o pensamento deles. Eu, particularmente, adicionaria apenas um item importantíssimo para permitir o conhecimento frutificar: uma tacinha de vinho em uma das mãos! Afinal, cada aluno, estudante ou discípulo aprende de uma forma diferente. E por isso é tão necessário adequar o tipo de processo de ensino-aprendizagem a cada um.

Semana passada, no dia 15 de outubro, comemoramos o Dia do Professor. Mais que um dia para ganhar um chocolate ou uma lembrancinha, é uma data para se registrar a importância de quem se dedica a nos ensinar. Ou a aprender conosco. Filósofo, também sou professor. E cada vez que passa o tempo preciso me renovar sempre mais, com o objetivo de não ficar para trás nas metodologias tão modernas e inovadoras e, ao mesmo tempo, tão simples. Sabe por que? Porque os alunos não querem que a gente fique inventando moda ou falando difícil. Estudante quer (e precisa) de um professor capaz de cativá-los, de engajá-los (para utilizar a linguagem dos tempos de agora).

Daí a valorização da filosofia, que nos ajuda a compreender cada uma das personalidades, das tendências, das diferentes realidades. É a filosofia que nos provoca, que nos leva a pensar sobre o mundo, que nos coloca em choque com nossos valores. Assim, professor e aluno estarão conectados e podem compartilhar o conhecimento de um ao outro. Eu gostaria de, atualmente, ser um professor condenado pelo simples fato de ter sido revolucionário no método de ensinar. Importa-me mais o tanto que os alunos vão ganhar do que o pouco que vou perder.

Fábio Luporini

Sou jornalista formado pela  Universidade Norte do Paraná e sociólogo formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) . Fui repórter, editor e chefe de redação no extinto Jornal de Londrina (JL), atuei como produtor na RPC (afiliada da TV Globo), fundei o também extinto Portal Duo e trabalho como assessor de imprensa e professor de Filosofia, Sociologia, História, Redação e Geopolítica, em Londrina.

Foto: Estátua de Sócrates – reprodução da internet

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