Som da Liberdade: história verídica e as teorias da conspiração do QAnon

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Por Marcelo Minka

Agora é oficial, estamos correndo perigo de morrer feito ovos fritos no asfalto escaldante. Vamos nos preparar para os 40 e tantos graus com muita água e banho gelado, orando para o santo Wim Hof nos ajudar. Nos lançamentos da semana temos apenas uma produção relevante, e relevante mais pelas polêmicas do tema do que pela profundidade que o discute.

Estamos falando da produção cinematográfica “Som da Liberdade,” estrelada pelo Jesus Cristo gato Jim Caviezel (A Paixão de Cristo – 2004) e dirigida por Alejandro Monteverde (Little Boy: Além do Impossível – 2015). O filme gerou um intenso debate e controvérsia tanto nas mídias sociais quanto na mídia tradicional, devido ao seu conteúdo pesado e às associações com teorias da conspiração que circulam em torno dela.

A trama narra a história verídica de Tim Ballard, um ex-agente da Segurança Interna dos Estados Unidos que embarca em uma missão para resgatar crianças vítimas de tráfico humano. Embora o enredo, em sua essência, tente explorar temas de heroísmo e luta contra a exploração de menores, “Som da Liberdade” caiu no centro de uma série de polêmicas que polarizaram a opinião pública desde o início de sua produção. Mas, hoje em dia, o que não é polarizado, não é mesmo?

Teorias da conspiração

Um dos aspectos mais controversos do filme tem sido sua associação com o grupo de extrema-direita conhecido como QAnon. Embora o enredo de “Som da Liberdade” não aborde diretamente as teorias (da conspiração) desse grupo, a narrativa ressoou com seus seguidores, que passaram a usar o filme como uma espécie de símbolo para suas crenças. E lá vamos nós novamente, seres humaninhos, criando vergonha alheia. Para colaborar, a participação de Judas Caviezel, digo, Jim Caviezel, em eventos onde expressou apoio ao QAnon, só serviu para jogar mais lenha na fogueira.

Em contrapartida, o diretor Alejandro Monteverde negou qualquer ligação entre o filme e os teóricos da conspiração do QAnon. Ele enfatizou que sua intenção era destacar o heroísmo de Tim Ballard e sua luta contra a exploração infantil, sem a intenção de endossar ou promover teorias extremistas. Claro, claro, Monteverde nem pensou em usar tudo isso como marketing de divulgação.

O diretor também falou sobre os comentários de algumas pessoas que alegaram que o filme estava sendo censurado pela indústria cinematográfica devido ao seu tema controverso, negando a existência de uma conspiração real para censurar o filme e reiterou que sua intenção sempre foi contar a história de Ballard de maneira autêntica e responsável.

Em resumo, “Som da Liberdade” é um filme que, apesar de abordar um tema importante como o combate ao tráfico humano e a exploração infantil, encontrou-se no centro de uma tempestade de controvérsias devido às associações com teorias da conspiração e às dificuldades em encontrar um distribuidor. Esta polarização em torno do filme destaca a sensibilidade de certos temas na nossa sociedade e a importância de um debate público equilibrado sobre essas questões. Adoramos um fervo, não é mesmo?

Marcelo Minka

Graduado em licenciatura em Artes Visuais, especialista em Mídias Interativas e mestre em Comunicação com concentração em Comunicação Visual. Atua como docente em disciplinas de Artes Visuais, Semiótica Visual, Antropologia Visual e Estética Visual. Cinéfilo nas horas vagas. Me siga no Instagram: @marcelo_minka e @m_minka_jewelry

Foto: Divulgação

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