Por Marcelo Minka
Aos poucos os bons lançamentos voltam a aparecer nas telonas. Estreou nos cinemas da cidade a produção Pobres Criaturas, um dos melhores filmes dirigido por Yorgos Lanthimos. Vamos a ele.
Pobres Criaturas é um filme que desafia qualquer categorização, uma comédia ácida? Uma alegoria feminista? Uma sátira social? Um terror leve? É tudo isso e muito mais.
Em uma breve sinopse podemos escrever que Emma Stone interpreta Abigail, uma jovem “criatura” idealizada por um excêntrico cientista (Colin Firth). Ela é inteligente, curiosa e cheia de vida, mas também é considerada feia e indesejável pela sociedade. Abigail é então enviada para uma jornada pelo mundo, onde encontra uma série de personagens peculiares e enfrenta os desafios de ser diferente.
Criaturas que lutam para encontrar sua voz
O filme é uma crítica mordaz à sociedade patriarcal, que define o valor das mulheres por sua aparência física. Mais que isso, é uma Barbie virada do avesso. Lanthimos explora como as mulheres são manipuladas, controladas e violentadas, e como elas lutam para encontrar sua própria voz e identidade.
Imprescindível dizer que Emma Stone está impecável como Abigail, capturando sua inteligência, humor e vulnerabilidade. Uma das melhores interpretações da atriz. Colin Firth está divertido como cientista excêntrico e Rachel Weisz e Olivia Colman oferecem performances memoráveis como as outras “criaturas”.
Cabe aqui um pequeno trecho sobre o diretor grego Yorgos Lanthimos, que tem conquistado o mundo com seu estilo único e provocativo. Seus filmes, frequentemente descritos como “comédias de humor negro”, exploram temas como relações humanas, poder, controle e a natureza da realidade.
Lanthimos sempre trabalhou com roteiros originais e inteligentes, humor ácido e sarcástico (às vezes de difícil compreensão), estilo visual único e temas universais. E em Pobres Criaturas não é diferente. Lanthimos acerta até no ritmo quase lento do filme, onde podemos mergulhar profundamente na complexidade dos personagens.
Um filme único e memorável que faz a gente rir, pensar e sentir. É uma produção importante que desafia as normas sociais e celebra a individualidade. Para quem gosta de filmes diferentes e provocativos.
Marcelo Minka
Graduado em licenciatura em Artes Visuais, especialista em Mídias Interativas e mestre em Comunicação com concentração em Comunicação Visual. Atua como docente em disciplinas de Artes Visuais, Semiótica Visual, Antropologia Visual e Estética Visual. Cinéfilo nas horas vagas. Me siga no Instagram: @marcelo_minka e @m_minka_jewelry
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Fotos: Divulgação
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