Lobisomem: um gótico contemporâneo e aterrorizante

Lobisomem-02

Por Marcelo Minka

Lobisomem, a mais recente aposta da Universal Pictures, chega aos cinemas prometendo uma experiência visceral e aterrorizante. Dirigido por Leigh Whannell, conhecido por seu trabalho em O Homem Invisível (2020), o longa-metragem reimagina o clássico monstro da Universal para os tempos modernos, entregando uma história de transformação, identidade e horror.

A trama acompanha Lawrence Talbot, um homem atormentado por uma maldição ancestral que o transforma em uma fera durante as noites de lua cheia. A medida que a criatura dentro dele ganha força, Lawrence se vê preso em uma batalha interna entre sua humanidade e a besta que habita em seu interior. Quem não tem uma besta interior (em sentido figurado e concreto) que atire a primeira pedra.

Whannell entrega uma visão moderna e crua do mito do lobisomem, explorando temas como identidade, natureza e a dualidade do homem. As transformações de Lawrence são visualmente impactantes, combinando maquiagem prática com efeitos visuais de última geração, criando uma atmosfera tensa e claustrofóbica que explora os medos mais profundos do protagonista.

Christopher Abbott (Kraven, o Caçador – 2024) entrega uma performance intensa e visceral, enquanto a anasalada Julia Garner (Ozark – 2022) e Sam Jaeger (Sniper Americano – 2014) completam o elenco com atuações sólidas.

Um ponto negativo é que, apesar das boas performances, o desenvolvimento dos personagens secundários é pouco aprofundado. Enquanto Christopher Abbott entrega uma performance convincente como Lawrence Talbot, os demais atores parecem limitados a papéis estereotipados, sem grandes nuances ou arcos narrativos.

Essa falta de complexidade nos personagens coadjuvantes enfraquece a trama e impede que o espectador se conecte emocionalmente com a história. Mas, apesar desse perrengue, o número reduzidíssimo de atores na trama proporciona uma grande coesão narrativa.

A trilha sonora de Lobisomem

Além da trama principal, Lobisomem se destaca por uma trilha sonora envolvente que intensifica a tensão e o terror em cada cena, pela exploração das origens da lenda do lobisomem, oferecendo uma nova perspectiva sobre essa criatura mítica, e pela fotografia cuidadosa que contribui para a criação de uma atmosfera opressiva e gótica.

Lobisomem é um filme que vai além do terror convencional. É uma jornada visceral e introspectiva sobre a natureza humana e as consequências de nossas escolhas. Se você é fã de filmes de terror e está em busca de uma experiência cinematográfica intensa, Lobisomem é uma excelente opção.

Foto principal: Divulgação/Universal Pictures

Marcelo Minka

Lobisomem, apesar de alguns defeitinhos, é uma jornada visceral e introspectiva sobre a natureza humana, numa experiência cinematográfica intensa.

Graduado em licenciatura em Artes Visuais, especialista em Mídias Interativas e mestre em Comunicação com concentração em Comunicação Visual. Atua como docente em disciplinas de Artes Visuais, Semiótica Visual, Antropologia Visual e Estética Visual. Cinéfilo nas horas vagas. Me siga no Instagram: @marcelo_minka e @m_minka_jewelry

Leia todas as colunas de Cinema

(*) O conteúdo das colunas não reflete, necessariamente, a opinião do O LONDRINENSE.

Compartilhe:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Anuncie no O Londrinēnse

Mais lidos da semana

Anuncie no O Londrinēnse

Opinião

O desafio para manter a saúde mental

Tornamo-nos uma sociedade agressiva, onde a pressão é constante. As redes sociais e o mau uso do celular têm nos afastado das relações saudáveis. O desafio é fortalecer as relações reais e não apenas virtuais

Leia Mais
plugins premium WordPress