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Borderlands se perde em mar de clichês

Por Marcelo Minka

“Borderlands: O Destino Do Universo Está Em Jogo” está em cartaz nos cinemas da cidade e promete uma jornada frenética e caótica pelo universo selvagem e peculiar de Pandora, franquia de videogames. A franquia Borderlands se destaca por sua liberdade de escolha, permitindo aos jogadores personalizar seus personagens e explorar um vasto mundo aberto em busca de tesouros e aventuras. A adaptação para o cinema busca trazer essa mesma sensação de liberdade e caos para a tela grande, mas com os desafios inerentes à transição de um meio interativo para um formato linear. Talvez seja por isso que esta adaptação, apesar de contar com um elenco talentoso e uma estética visual vibrante, não consegue capturar a essência do que torna os jogos tão especiais.

A premissa é promissora: um grupo de Caçadores da Arca em busca de um artefato poderoso, com ação desenfreada e humor ácido. Mas o roteiro, infelizmente, patina em diversas frentes. A história se perde em subplots desnecessários, deixando de lado a profundidade dos personagens e a construção de um mundo verdadeiramente imersivo. A tentativa de equilibrar o humor com a ação resulta em uma mistura caótica que nem sempre funciona, com piadas que soam forçadas e sequências de ação que carecem de impacto.

O elenco, por sua vez, entrega performances competentes, mas os personagens parecem caricatos e unidimensionais. Cate Blanchett como Lilith, a Sirene, e Jamie Lee Curtis como Tannis, a cientista excêntrica, são os destaques, mas seus personagens são pouco explorados. A estética visual do filme é um ponto alto, com cenários exuberantes e criaturas bizarras que remetem ao universo dos jogos. No entanto, a direção de Eli Roth não consegue criar uma atmosfera tão envolvente e frenética quanto os jogos. A ação, embora presente, parece desconexa e sem propósito, e a violência, embora exagerada, não causa o mesmo impacto.

A tentativa de trazer jogos de videogame de sucesso para as telas nem sempre dá certo.  Borderlands é um exemplo disso. O filme não consegue capturar a essência do que torna o jogo especial
Fotos: Lionsgate/Divulgação

Borderlands sofre com a falta de fidelidade

A maior crítica que se pode fazer ao filme é a falta de fidelidade ao material original. A adaptação parece mais interessada em apelar para um público mais amplo do que em satisfazer os fãs dos jogos. Personagens icônicos são simplificados, elementos-chave da trama são ignorados e o humor, embora presente, não consegue capturar a essência do humor negro e irreverente dos jogos.

“Borderlands” é um filme que tenta abraçar a loucura e a diversão, mas acaba se perdendo em um mar de clichês e personagens unidimensionais. A adaptação não consegue capturar a magia e a originalidade dos jogos, resultando em um filme esquecível e genérico. Para os fãs da franquia, a experiência pode ser decepcionante, enquanto para os novos espectadores, o filme pode parecer confuso e sem propósito. De qualquer maneira, é uma boa opção para quem gosta de pipoca e filminho no frio. Divirta-se.

Marcelo Minka

Graduado em licenciatura em Artes Visuais, especialista em Mídias Interativas e mestre em Comunicação com concentração em Comunicação Visual. Atua como docente em disciplinas de Artes Visuais, Semiótica Visual, Antropologia Visual e Estética Visual. Cinéfilo nas horas vagas. Me siga no Instagram: @marcelo_minka e @m_minka_jewelry

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(*) O conteúdo das colunas não reflete, necessariamente, a opinião do O LONDRINENSE.

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