Para deixar a quarentena mais leve, sugiro um zap pelas animações realizadas pelo Studio Ghibli e disponibilizadas no streaming. Para se ter uma ideia da importância desse estúdio, podemos dividir a animação japonesa em duas fases, antes e depois do Studio Ghibli. Um de seus fundadores, Hayao Miyazaki, é considerado o deus do Anime e responsável por grandes sucessos do cinema, como A Viagem de Chihiro, Meu Amigo Totoro e Princesa Mononoke.
Nas animações do estúdio você vai encontrar muita cultura japonesa, cores, sensações, emoções, vai se divertir e voltar a ser criança. Esqueça por algumas horas as redes sociais e suas agruras, relaxe e mergulhe neste mundo fantástico. Como sugestão, segue abaixo apenas alguns poucos títulos disponíveis na Netflix, por ordem de data de lançamento. Divirta-se!
NAUSICAÄ DO VALE DO VENTO (Hayao Miyazaki, 1984) – Oficialmente, “Nausicaä” nasceu antes da fundação do Ghibli, mas seu sucesso foi tão grande que investidores procuraram Miyazaki para iniciarem o estúdio. A animação é baseada num mangá de criação do próprio diretor e aborda uma distopia sobre o futuro da terra e seu ecossistema falido. Nada mais atual.
O CASTELO NO CÉU (Hayao Miyazaki, 1986) – Seguindo uma estética do gênero steampunk, com inspiração retrofuturista, a animação se passa no século 19 e conta a história de duas crianças que protegem um cristal encantado dos militares. Aqui a luta de classes é mais que óbvia.
MEU AMIGO TOTORO (Hayao Miyazaki, 1988) – Miyazaki aborda o folclore nipônico. O personagem Totoro, uma criatura gigantesca e de grande força, mas ao mesmo tempo delicada, tornou-se símbolo para o estúdio. O filme é pura fantasia, mergulhe de cabeça.
PORCO ROSSO – O ÚLTIMO HERÓI ROMÂNTICO (Hayao Miyazaki, 1992) – A animação aborda de maneira ágil e engraçada os elementos geopolíticos na visão romântica europeia. Seu personagem principal, um piloto transformado em porco, faz da animação um filme de ação. Pura sensibilidade.
A VIAGEM DE CHIHIRO (Hayao Miyazaki, 2001) – Considerado por muitos o melhor filme do diretor e do estúdio, a animação é uma experiência cinematográfica sensacional. Aqui você vai entrar num mundo encantado cheio de perigos, mas também repleto de poesia.
O CONTO DA PRINCESA KAGUYA (Isao Takahata, 2013) – Esta foi a última animação do diretor antes de seu falecimento, em 2018. Neste trabalho, Takahata se afasta do estilo tradicional do Anime, utilizando estilos de pinturas, como aquarela e giz. Uma experiência visual única. Prepare-se para chorar muito.
Marcelo Minka

Graduado em licenciatura em Artes Visuais, especialista em Mídias Interativas e mestre em Comunicação com concentração em Comunicação Visual. Atua como docente em disciplinas de Artes Visuais, Semiótica Visual, Antropologia Visual e Estética Visual. Cinéfilo nas horas vagas.
Foto: Meu amigo Totoro/Divulgação