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A Casa do Dragão: parece que HBO aprendeu a lição

Por Marcelo Minka

Nada de interessante nos cinemas da cidade, então vamos aos streamings. Em época de eleições políticas no país, nada mais pontual e relevante para nós do que a estreia de A Casa do Dragão.

Em exibição na HBO Max, a série é o primeiro spin-off de Game of Thrones. Logo no primeiro capítulo notamos que os criadores não vão tomar novos rumos na produção, quer seja na estética, quer seja na trama. Tudo gira em torno, é claro, da luta pelo poder. Assim como na política mundial atual, o que importa é ter poder, é mandar, os egos inflados têm que gritar e brilhar. Podemos perceber também que os criadores vão continuar com suas reviravoltas, não poupando vidas dos personagens principais, não poupando os espectadores de cenas impactantes que, às vezes, embrulham o estômago, não se preocupando em evitar mimimis nas redes sociais.

Apesar de estarem no nome da série, não são os dragões imponentes que vão dominar a cena, quem brilha na tela são os atores na trama pra lá de política, em atuações de cair o queixo. Os ancestrais da família Targaryen voltam como tema central, com seus personagens fascinantes que vão de grandes e generosos reis a facínoras da pior espécie.

Como em Game of Thrones, temos que assistir com atenção, tamanho o número de personagens e da complexidade da trama, tanto factual quanto psicológica, que vem num crescendo. Intrigas, amores, mentiras, assassinatos, fofocas, traições… enfim, uma novela mexicana, mas de muito bom gosto porque é verossímil, vivenciamos tudo isso, com muito menos intensidade, no nosso dia a dia.

A série é adaptada do livro Fogo e Sangue de 2018, de George R. R. Martin (Game of Thrones), e parece que, pelo menos desta vez, a HBO Max aprendeu a lição, contratando o próprio autor para participar das decisões na adaptação. Ou seja, teremos um resultado mais fiel ainda ao livro que em Game of Thrones, também adaptado de um livro do autor.

As tramas periféricas giram em torno da trama central da sucessão do trono, e no girar das engrenagens vale tudo, inclusive matar pessoas que se ama. Uma teia política cheia de aranhas peçonhentas e alguns bobos da corte. Isso nos lembra nosso atual momento. Imperdível para quem gosta do gênero.

Marcelo Minka

Graduado em licenciatura em Artes Visuais, especialista em Mídias Interativas e mestre em Comunicação com concentração em Comunicação Visual. Atua como docente em disciplinas de Artes Visuais, Semiótica Visual, Antropologia Visual e Estética Visual. Cinéfilo nas horas vagas.

Foto: Divulgação

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