A partir de segunda-feira, as atividades retomam em horário reduzido, das 10 às 16 horas
O LONDRINENSE com assessoria
Foi publicado, na noite desta sexta-feira, no Jornal Oficial do Município, edição nº 4046, o decreto municipal que permite que os estabelecimentos do comércio em geral reabram a partir da segunda-feira (20), em horário diferenciado, das 10 às 16 horas. Pelo decreto, as empresas e lojas deverão limitar o número de funcionários por turno, priorizando o trabalho remoto (home office), fornecer máscaras de proteção para todos os funcionários, entre outras recomendações sanitárias e de higienização. Os prestadores de serviço – clínicas, bares, restaurantes e salões de beleza, terão regramentos diferenciados, como a restrição de atendimento em 50% da capacidade máxima, distanciamento de dois metros entre as mesas e agendamento dos clientes com intervalo maior de horário.
A restrição das atividades econômicas estava prevista para até o dia 19 de abril, conforme o decreto municipal nº 459, que também liberou a retomada gradual dos serviços industriais e da construção civil na última quarta-feira (15). O funcionamento destes setores permanece condicionado ao cumprimento das medidas preventivas contra o coronavírus, como uso obrigatório de máscaras por funcionários e clientes, oferta de álcool em gel para higienização, limpeza das superfícies, entre outras normas.
Em relação aos shoppings centers, academias e centros esportivos, o decreto municipal não trata do funcionamento destes locais, que deverão cumprir a legislação estadual em vigor. “Assim como as igrejas, eles não constam no nosso novo decreto, porque já existe um decreto do governo do Estado, estabelecendo que eles devem continuar fechados. E, por essa normativa, as igrejas podem abrir apenas para aconselhamento individual”, informou o prefeito Marcelo Belinati (PP).
Ainda segundo o decreto municipal nº 484, segue suspenso o funcionamento de áreas de lazer, parques, casas noturnas, boates, salões de festas e áreas de recreação, teatros, museus, bibliotecas, cinemas, clubes sociais e similares. E permanece proibido o acesso de crianças aos locais reabertos pela legislação municipal.
A decisão foi embasada pelas análises do Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública (COESP), um grupo com representantes de diversas entidades e instituições, tanto do poder público como particulares, que analisa diariamente o avançar da pandemia, principalmente em Londrina.
O prefeito fez questão de ressaltar que todas as medidas referentes ao coronavírus para a cidade de Londrina são embasadas em critérios científicos e da medicina. “O COESP analisa diariamente como a pandemia se comporta aqui na região, no Paraná, no Brasil e no mundo. Eles checam o que deu certo ou errado em outros países, para que tomemos as melhores decisões, pois o principal é preservar a vida e a saúde das pessoas. O que a medicina apontar como o caminho para preservar vidas, nós faremos. Temos sensibilidade, e o grande desafio é minimizar o impacto na vida das pessoas, e ao mesmo tempo preservar a saúde da população”, frisou.
O retorno das atividades também não se aplica às escolas e demais instituições de ensino. Em Londrina, são cerca de 120 mil alunos, na idade de 0 a 16 anos, e outros 46 mil em universidades e faculdades. “São mais de 160 mil pessoas que não estarão em aglomerações nas instituições e escolas”, citou Marcelo.
O prefeito antecipou que prevê para a cidade o isolamento social intermitente, proposta estudada principalmente pelo Imperial College de Londres, e na qual se baseiam vários governos americanos e europeus. “Estamos retornando as atividades produtivas, com medidas rigorosas de prevenção. Para o grupo de risco, idosos ou pessoas com problemas de saúde, e até mesmo quem não é do grupo de risco, pedimos que continuem evitando sair, e fiquem em casa. Vai depender da gente como iremos passar por esse momento delicado. Se cada um fizer sua parte, com toda certeza será de uma maneira melhor”, enfatizou.
Estrutura – A respeito das condições de assistência em saúde, o prefeito lembrou que Londrina é referência no atendimento SUS para muitas cidades da região. Por isso, conta com um número considerável de leitos, inclusive de UTI, e de profissionais de saúde. “Em relação a leitos de UTI, considerando que a Organização Mundial de Saúde calcula o índice ideal de 1 a 3 para cada 10 mil habitantes, Londrina passa de 4. O SUS está mostrando que tem uma estrutura muito maior que países de primeiro mundo. E aqui na nossa cidade, a rede pública e privada está junta, atuando para ampliar ainda mais o número. Queremos garantir que cada cidadão londrinense tenha o atendimento adequado, e os moradores das cidades de referência também”, explicou o prefeito.
Além de ampliar a capacidade de leitos para a rede pública, a Prefeitura também realiza contratações temporárias de profissionais da saúde, para atendimento nas unidades da rede municipal. Segundo o secretário da pasta, Felippe Machado, entre médicos, técnicos de laboratório, enfermeiros e auxiliares de enfermagem, já houve 296 contratações. “Esse número ainda está em ampliação, e pode chegar a 500 profissionais”, indicou.
O Município efetuou ainda a aquisição de testes para diagnóstico do COVID-19, tanto na metodologia RT-PCR como sorologia (teste rápido), recebeu doações e adquiriu equipamentos de proteção individual para os servidores, e definiu cinco Unidades Básicas de Saúde, de todas as regiões da área urbana, para atendimento exclusivo de síndromes respiratórias, além da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Sabará.
Para garantir o melhor cenário possível diante do aumento de casos de coronavírus, Machado reforçou a necessidade da adesão dos londrinenses às medidas preventivas. “Tudo isso foi debatido amplamente pelo grupo técnico, e as recomendações são de que o retorno seja gradativo, de forma segura, compatibilizando com a capacidade dos serviços de saúde. Mas será muito complicado se a população mantiver as aglomerações, porque isso pode impactar nos resultados, daqui 10 a 14 dias”, completou.
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