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A mãe da Antonela e a mãe do Yuri: duas histórias que você vai gostar de ler!!!

Anne Sanches comemora o primeiro Dia das Mães, depois de muitas tristezas. Juliana Leite relembra quando pariu o filho no box do banheiro

Antônio Mariano Júnior

Equipe O Londrinense

`BAGUNÇA DOS HORMÔNIOS´

Durante conversa com amigas, uma delas foi taxativa:

– Você está grávida! Faz o teste de farmácia!

– Ah, para com isso, gente… Depois de tantos tratamentos…

O assunto surgiu quando a microempresária de Londrina, Anne Sanches Merlini, reclamou de um mal-estar, que lhe revirava estômago, provocava desânimo e até aversão ao cheiro do bem tratado Lord, o cachorro de estimação.

 Ah, sim, falou da menstruação atrasada, atribuída à “bagunça dos hormônios”. Comprou o teste. Fez. Deu positivo. Exames médicos confirmaram a gravidez. Daí que, neste domingo (12), uma brasileira feliz chamada Anne, comemora o primeiro Dia das Mães.

Anne Sanches, como é conhecida profissionalmente, é mãe da Antonela. Que, no dia 26 de maio, completa um ano de vida. Pensa em um brasileiro feliz. O nome: Daniel Merlini, administrador de empresa e, sobretudo, pai da Antonela Sanches Merlini.

Maio é o mês da Anne. “Antes da nossa filha nascer, eu era apenas a Anne. Agora, eu sou a mãe dessa perfeição chamada Antonela”, avisa com indisfarçável orgulho. A empresária tem 40 anos de idade. A menininha veio cicatrizar as feridas do casal.

Ambos aguardaram 13 semanas para comunicar a novidade aos parentes e às pessoas mais próximas. Familiares e amigos explodiram de alegria. Anne e Daniel também, claro. No entanto, apoiavam-se na cautela advinda de processos insatisfatórios.

Antes de se tornar mãe, Anne Sanches defrontou-se com episódios traumatizantes: gestação ectópica interrompida (o saco gestacional desenvolveu-se nas trompa esquerda), cirurgia para endometriose, tratamentos de indução para ovulação e, inclusive, reprodução (fertilização) clinicamente assistida, em 2015. Rasparam economias para realizar o ultimo procedimento.

O casal está junto há 14 anos. A união foi formalizada em 2013. Durante oito anos, moraram e trabalharam na Espanha.  Retornaram em 2010 ao Brasil. Em 2014, Anne suspendeu uso de medicamentos anticoncepcionais. Queria ser mãe.

Na fila de adoção

Por ausência de condições financeiras e, principalmente, psicológica, Anne e Daniel Merlini optaram por não realizar outras tentativas. Quando menos esperavam, veio a Antonela.

Ah, sim, o casal prossegue na fila de adoção, em 2016. Querem mais um filho. Emocionante o que Anne fala sobre a maternidade.

Olha que bonito: “Aprendi que não nasci para ser, obrigatoriamente, uma profissional bem-sucedida, uma empresária de sucesso. Eu nasci para ser o que sou: a mãe da Antonela. Vivo para ela! Peço a Deus para que a minha filha seja uma pessoa do bem”.

Será!

Já é, aliás!!

`CORRE QUE SEU FILHO VAI NASCER´

Há quatro anos, a jornalista e microempresária Juliana Oliveira Leite dava à luz um menino chamado Yuri. Sabe onde? No box do chuveiro. Isso mesmo: no box do chuveiro, enquanto tomava banho para ir ao hospital conceber o segundo filho, da união com o produtor cultural Bruno Gehring. O primogênito, agora com 7 anos, é o Otto.

Yuri nasceu no dia 27 de setembro de 2014, por volta da 1 hora. Mesmo num ambiente improvável, o menininho veio ao mundo de forma tranquila.

Um “Baby-Buda”, como a mãe o descreveu quando o acolheu em seus braços.  “Ele veio ao mundo numa paz que não consigo mensurar. Foi uma grande emoção, a maior alegria do universo. Eu me senti muito poderosa”, conta Juliana.

No dia anterior, uma sexta-feira, de manhã a empresária passou no consultório do Obstreta. O bebê, programado para o final de setembro e começo de outubro, poderia nascer naquele final de semana, alertou o médico.

 Juliana trabalhou normalmente, buscou o filho mais velho na casa da avó paterna e participou de um encontro de Doulas (profissionais que realizam trabalhos de acolhimento físico e emocional às gestantes). Sentia contrações não ritmadas.

Foi para casa, fez o filho dormir. Contrações mais fortes. Ligou para o marido, Bruno, que estava na coordenação da 12ª Mostra Londrina de Cinema. Mandou um papo direto e reto

– Corre que seu filho vai nascer.

Voou.

O banho, o parto!!

Juliana conta: “Achei que era suportável a dor que sentia em função da naturalidade do primeiro parto. De repente, no meio do banho, comecei a urrar como uma loba. “Encostei no box e vi minha barriga se mexendo. Percebi que o nenê estava coroando, eu fiquei de cócoras. Foi muito rápido. Quando vi, estava em meus braços a coisa mais lindo mundo, o meu filho Yuri”

O marido dizia apenas: “Ele é lindo”. A sogra chegou e, refeita do susto, dizia: “Você é uma linda, Juliana”. O médico, por telefone, ensinou a clampear (cortar) o cordão umbilical utilizando, por exemplo, fio dental por ser esterilizado. O pai surgiu com uma fita de cetim azul (parte da lembrancinha de nascimento); a avó esquentou uma tesoura no fogão.

Enfim, pai e mãe e filho foram ao hospital. “Não pretendemos ter mais filhos. Sou feliz e realizada como mãe do Otto e do Yuri. Mais que dinheiro para custear o futuro deles, penso que é preciso ter tempo, dedicação e afeto com as crianças”, reflete Juliana.

Aquele banho quente tornou-se inesquecível.

Imagens: Arquivo Pessoal

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