10 crimes que chocaram Londrina mas que (quase) ninguém mais lembra

Maria Neusa - Forum 27 de set de 64

Londrina é uma cidade acolhedora e hospitaleira com todos que chegam por aqui. Mas também tem um lado obscuro e sombrio quando se trata de crimes violentos. Relembre conosco 10 assassinatos que abalaram a estrutura da sociedade londrinense.

Mirella Fontana
Equipe O LONDRINENSE

Leonel Raimundo – 1963

Na madrugada de 12 de dezembro de 1963, Maria Neusa Pereira, 29 anos, funcionária da prefeitura de Londrina, disparou três tiros na cabeça de Leonel Raimundo, representante comercial e seu amante.
Maria Neusa enrolou o corpo de Leonel em uma colcha e, a bordo de um Simca Chambord vermelho e branco, seguiu em alta velocidade em direção a São Paulo. Quando estavam próximos a Avaré, o carro foi de encontro à traseira de um caminhão Mercedes Benz.
Foi então que a polícia rodoviária chegou para averiguar o acidente, encontrou Maria Neusa desacordada e também o corpo de Leonel no carro. Ela assumiu o crime e relatou que, após 8 anos de convivência, Leonel Raimundo anunciou, de supetão, o seu casamento com outra jovem. Não suportando o fim do relacionamento, assassinou o seu amor. Maria Neusa foi julgada e absolvida por um juri composto apenas por homens.

Saída de Maria Neusa do Fórum. Foto: Folha de Londrina

Neila Ribeiro – 1970

Em 15 de outubro 1970, Londrina foi abalada por um crime perverso. A menina Neila, de apenas 11 anos, foi assassinada depois de ter sido brutalmente espancada e estuprada.
Neila foi sequestrada nas proximidades do colégio Hugo Simas, onde estudava, colocada a força em um carro e levada para uma chácara em frente a Cacique onde os crimes ocorreram. Seu corpo foi encontrado em um terreno no Jardim San Remo no dia seguinte.
João Alberto Aires Bandeira, Antônio Isaburo Nishiyama e Ricardo Irineu Queirolo Neto foram acusados por três testemunhas de cometer o crime. O caso teve muitas denúncias de corrupção e omissão por parte da justiça. Ricardo Queirolo era filho do palhaço Piccolino e, por ser menor de idade e genro do Juiz Pedro Barri, teve seu nome excluído do processo.
Irregularidades e pressões descaracterizaram a culpa dos outros dois indiciados.

Alice e Mitsuko Kawano – 1974

No dia 6 de fevereiro de 1974 outro crime chocou a cidade: as irmãs
Alice e Mitsuko Kawano, ambas feirantes, foram violentadas e mortas a pedradas. Seus corpos foram achados em um terreno baldio a 100 metros de onde encontraram o corpo de Neila. José Schetti foi apontado como principal suspeito, seu advogado o internou em um sanatório até que a polícia esquecesse o caso, o que realmente aconteceu. Anos mais tarde, José Schetti foi preso por tráfico de drogas.

Fernanda Estruziani – 1989

Arquivo Folha
Marcos Campinha Panissa (Imagem: Folha de Londrina)

Em 6 de agosto de 1989, a jovem Fernanda Estruzani foi assassinada pelo ex-marido Marcos Campinha Panissa, com 72 facadas pelo corpo dentro do apartamento dela, na Avenida São Paulo . A arma do crime nunca foi encontrada. O ex-marido confessou o crime, foi julgado e condenado a 20 anos e seis meses de detenção em outubro de 1991, mas não passou um dia sequer na prisão. Fugiu e nunca foi encontrado. Vários mistérios e boatos cercam o desaparecimento de Panissa.

Cleonice de Fátima Rosa – 1993

O homicídio aconteceu na madrugada de 10 de julho de 1993 e ficou conhecido como “Crime da Rua Goiás”. A vítima tinha 22 anos e foi encontrada degolada nas escadas de acesso ao apartamento da artista plástica Vanda Pepiliasco, onde trabalhava como empregada doméstica.
Na residência também moravam o marido e o filho de Vanda, além de outra empregada, Luzia Colombo, que, na época, chegou a ser acusada do crime.
Vários problemas marcaram o caso, como a ausência do delegado de plantão, os desastres da perícia e o fato da arma do crime ter acompanhado o caixão no IML.
Apesar de tantas trapalhadas, a polícia encontrou nas unhas de Cleonice, fios de cabelo, o resultado do DNA apontou que pertenciam a Vanda.
Vanda foi julgada 22 anos depois do assassinato (até então permaneceu em liberdade) e condenada a 8 anos e 6 meses de prisão. Hoje, Vanda está em liberdade através de um Habeas corpus.

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Vanda Pepiliasco (Imagem: Globoplay)

Maria Estela Pacheco – 2000

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Maria Estela Pacheco

O agropecuarista Mauro Janene Costa foi acusado de esganar até a morte e jogar do 12º andar a professora de música Maria Estela Correa Pacheco, em 14 outubro de 2000. Em 17 anos, Janene teve seu julgamento adiado 7 vezes. Em março de 2018 foi condenado a 11 anos de detenção por homicídio doloso e fraude processual.

Ciro Frare – 2004

O empresário Ciro Frare, 67 anos, foi morto em 24 de junho de 2004, com cinco tiros dentro da concessionária de veículos Cipasa, da qual ele era dono. A local do crime fica bem no início do Calçadão de Londrina. O autor do crime foi diretor da empresa, Ibrain José Barbino, 55, que ficou preso por apenas 27 dias e faleceu em 2011, de broncopneumonia, pouco antes de ir a juri popular.

Amanda Rossi – 2007

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Amanda Rossi

No dia do crime, 27 de outubro de 2007, Amanda participava de um evento de dança realizado no Campus da Unopar (Jd. Piza), mas o corpo só foi encontrado por um zelador dois dias depois, na casa de máquinas das piscinas da instituição. 
Médicos do IML constataram que, além dos ferimentos, a estudante foi estrangulada.
Amanda foi atraida para uma emboscada por Daiane de Azevedo, Alan Henrique a esganou enquanto Luiz Vieira da Rocha deu cobertura para que o crime pudesse ser realizado. Os três executores foram condenados em 2011 e 2012. Mas o real motivo nunca foi revelado e a suposta mandante do crime nunca foi punida.

Yá Mukumby – 2013

Vilma Santos de Oliveira, a Yá Mukumby, 63 anos, e outras três pessoas foram assassinadas na noite de 3 de agosto de 2013, no Jardim Champagnat.
Diego Ramos Quirino, em um surto psicótico, matou a própria mãe, Ariadne Benck dos Anjos, 48 anos, após ela tentar defender a namorada do rapaz , que estava sendo agredida.

Após matar a mãe, Diego pulou o muro e adentrou na casa vizinha e matou a facadas dona Vilma, sua neta Olívia Santos de Oliveira, 10 anos, e sua mãe Allial de Oliveira Santos, 86 anos.
Diego Ramos Quirino, 30 anos, foi preso em flagrante logo após os crimes.

Chacina em Londrina – 2016

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Em 30 de janeiro de 2016, 12 pessoas foram assassinadas e 15 ficaram feridos. O episódio, que ficou conhecido como “Noite Sangrenta”, ocorreu em sete locais diferentes após o assassinato do policial militar Cristiano Botino. Segundo a Polícia Civil, cinco das vítimas não tinham passagens pela polícia. Até agora as investigações não foram concluídas, as famílias das vítimas sofrem com a dor de não ter uma resposta, embora alguns Policiais Militares tenham sido presos, acusados de participar da chacina.

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Respostas de 19

    1. Uma vergonha esses crimes cometidos e a maioria dos acusados em liberdade ! Vergonha para a polícia de Londrina, um bando de incompetentes.

  1. Pouca vergonha!!!
    Londrina, cidade com fama de universitária e de prestação de serviços, entra nesse sombrio cenário da fama!!
    “Justiça”, defensora de barbáries!!!
    #Muito triste#

  2. A maioria desses bandidos são da high society da cidade. Levam a vida numa boa e, não raro, estampam colunas sociais, com seus sobrenomes indefectíveis.
    Lembrando também de crimes bem recentes envolvendo figurões e suas crias, daqui, que foram imediatamente abafados.
    Vítimas? Quem liga.
    Vergonha, tristeza!
    Parabéns por ir na contramão e mostrar a verdade.

  3. No caso da menininha Neila Ribeiro, assassinada, estuprada, espancada, torturada, sodomizada, usada cimo um nada por esses assassinos frios, drogados, que na época, amedrontavam as pessoas, porque estavam debaixo de uma cobertura maligna de famílias sem estrutura emocional … tudo cooperou p o bem desses porcos imundos…. cooperação policial, financeira, social,… vivem hoje como se nunca tivessem feito nada… PORCOS IMUNDOS…. casaram, tiveram suas famílias e ainda estampam suas caras malditas com caras e bocas… IMUNDOS!!!! Deus faça a justiça nessa terra…. o SANGUE DERRAMADO DESSA MENINA NEILA RIBEIRO , clama por justiça! Eu creio q enquanto houver vida nesses imundos monstros, a qualquer momento eles paguem Porto q fizeram! Deus eh justiça e os olhos Dele encheria em toda parte!!!!
    Faça Senhor, justiça ! Na terra e no céu!

  4. Maria Neusa, sempre soube que Leonel Raymundo era noivo, que iria casar com outra mulher e ainda assim insistiu na relação. Existiam cartas da assassina nos autos do crime, que provam, indubitavelmente, que, além de ela saber sobre este tema, ela também premeditou o crime.
    A criminosa, roubou a vítima inúmeras vezes no seu negócio e sempre lhe escrevia pedindo perdão pelos seus “erros”, este pedidos de perdão, feitos através de cartas, foram considerados provas e constavam nos autos do processo.
    Essa mulher não foi uma vítima, mal-tratada, humilhada, submissa e o que mais possam dizer tentando considerá-la inocente. Ela, sim foi, uma assassina vil, perversa, inescrupulosa, diabólica que tirou a vida desse rapaz e foi absolvida a base de mentiras enganando, principalmente, a opinião pública que a considerou uma vítima de machismo, quando em realidade isso nunca aconteceu. Que fique registrado na história de Londrina e de toda e qualquer sociedade que o sr. Leonel Raymundo foi um homem honesto, trabalhador, excelente pessoa e que jamais merecia ter a sua reputação manchada por pessoa de tão baixo conceito moral. Leonel foi tão bom e amado que, 57 anos após o seu assassinato, ainda é lembrado com carinho e muitas saudades pelos seus familiares e amigos.

  5. tem uma infanticida confessa aí no Jardim Silvino que saiu impune depois de afogar o filho de dois anos num bade com produtos de limpeza e depois desovar o cadaver para forjar um acidente. Fugiu, se esconde, e a justiça nunca foi feita…è assim mesmo, não é questão de ser misógina, a questão é impunidade, e o indevido acesso ao devido maquinário judicial por conta de custos inacessíveis para alguns…

  6. Indignada com tanta falta de justiça, o caso da menina Neila ficou marcado para mim tinha a mesma idade que ela na epoca e também residia em Londrina, e marcou mais ainda por um dos assassinos ser filho de um palhaço de circo meu Deus quanta cruedade fizeram com aquela criança mas com certeza isso vai marcar a vida desses assassinos para o resto da vida, nao é possivel que uma pessoa que faz tamanha crueldade consiga ter uma vida normal.

  7. A história de dona Wanda, de 76 anos, ganhou repercussão após a irmã de sua nora, Karyne Leão, tê-la visto chorando abraçada em um vidro de perfume. Em um comentário nas redes sociais do Boticário, Karyne comentou: “A história é da sogra da minha irmã, uma artista plástica maravilhosa. Fui lá na casa dela com uma missão que partiu o meu coração: levar os pertences do meu cunhado Alexandre Terra, que morreu dia 4 de março de Covid, deixando minha irmã viúva e minha sobrinha de 15 anos órfã de pai. Ao chegar em sua casa amarela, florida, cheirosa, vi dona Wanda muito triste. Chorava segurando um vidro de perfume do O Boticário e esse vidro tinha menos que um dedinho de perfume… aquela cena mexeu comigo profundamente, SERÁ QUE ESSA WANDA ARTISTA PLASTICA É A WANDA PEPILASCO?

  8. O caso Panissa, uma promotora até encenou as 72 facadas, contestando o “sob forte emoção”. O assassino está foragido até hoje, senão morreu.
    O caso Amanda da Unopar, a suposta mandante é da alta sociedade, por isso nunca foi punida.
    Todos muito tristes e cruéis. Com inocentes, é pior ainda.

  9. Infelizmente vejo que foi esquecido o crime brutal contra a estudante Elizabeth Candido Almeida Rocha…foi encontrada num matagal ,no j.bandeirantes, abaixo da firma macarrão galo
    Ela estudava à noite no colégio Moraes de Barros.
    Eu também estudava lá do que durante o dia.
    Nunca me esqueço disso, fomos ao local do crime,ainda tinha pedaços de matérias do corpo dela.e todos os estudantes e orientadores da época foram também ao velório da menina, que morava no j.do Sol…
    Perto do corpo foi encontrado uma redação que ela apresentaria naquele dia no colégio.
    ERA UMA VEZ UMA MENINA.

  10. Ninguém se lembrou do brutal assassinato de
    Elizabeth Cândido Almeida Rocha
    Estudava na época no colégio Moraes Barros
    J. Bandeirantes
    Eu estudava durante o dia
    Todos os alunos foram ver o local do crime
    Já haviam retirado o corpo
    Foi uma cena chocante
    Muito sangue, miolos ainda no mato
    Foi muito triste
    Depois fomos ao velório
    J Leonor

  11. Na década de 70 na rua Ceará quase em frente a pracinha da Santa em Londrina, uma casa de madeira q até hj a casa é a msm. minha madrinha Maria foi assassinada com vários golpes de faca pelo marido. Por volta das 19hs. Eu era criança e minha mae e vizinhos foram lá ver e eu vi muito sangue na cozinha , na parede. O marido dela seguiu foragido na época mas nunca soube se ele foi preso. Eles tinha duas filhas. Uma delas chamava-se Jerusa.

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