Por Vander Cardoso
Vítor é um cara legal. Ele tem uma família bonita, com esposa e dois filhos. Ele e a família moram num condomínio residencial, servido por boa estrutura; piscina, quadras de esporte, mata e até um lago. Todos os anos, Vítor e a família viajam para o exterior em férias. Numa dessas viagens embarcaram em cruzeiro para o Mediterrâneo. Todos curtiram demais as belas paisagens e a rica gastronomia dos países por onde passaram. Entretanto, em Nápoles, um dos seus filhos, sofreu um acidente. Valeu-lhes a boa condição financeira que tinham, para suportar os serviços médicos prestados no hospital particular para onde a criança foi levado. Durante um mês, atendido pelos melhores especialistas, foi submetido a vários e delicados procedimentos. Mas se recuperou.
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De volta ao Brasil, Vítor descobre que, enquanto viajava, sua residência foi atingida por uma tempestade com fortes ventos. Que chatice! Considerando os danos de grande monta, com destelhamento da casa e, por isso, perda de vários eletrodomésticos, a família viu-se obrigada a hospedar-se por um período num hotel. A recuperação da casa e a reposição dos bens danificados dispenderam tempo e muito dinheiro. Tiveram que contratar uma empresa especializada na área. Como óbvio, a comodidade e a exigência de bom trabalho custou caro. Todavia, para Vítor, dinheiro não faltava.
A casa ficou pronta e todos puderam retomar a vida normalmente. Ocorre que, como diz o ditado, “um problema nunca vem só”. A fase não era boa. Na primeira semana de volta à casa, numa ida ao shopping, Vítor distrai-se no trânsito e colide num motociclista. Outra vez é preciso dedicar atenção à recuperação dos danos. Agora ao seu carro, à moto e, principalmente, ao motociclista. Vítor aproveitou a oportunidade e comprou um novo. Já em relação à moto, apesar do valor menor que seu carro, houve a dificuldade pelo valor sentimental atribuído pelo dono. A saída foi negociar um montante, que compensasse essa perda. Vítor resolveu contratar um advogado para ajustar indenização pelos danos corporais e morais reclamados pelo terceiro. Dessa forma, seu desgaste foi menor e tudo o resto foi resolvido.
Todas essas ocorrências não se comparam à última: a perda da máquina de fazer dinheiro. Sim, Vítor nunca teve problemas com essas questões financeiras porque podia fazer seu próprio dinheiro. Aí já é demais? Sim, toda essa história é surreal. Entretanto, a moral da história é plenamente aplicável à nossa vida real. Não devemos comprometer nossa capacidade de gerar a renda que nos sustenta. Esse comprometimento ocorre quando a minha empresa, o carro que uso para o trabalho ou mesmo a minha saúde que me permite trabalhar todos os dias, ficam descobertos, sem nenhuma garantia securitária. Nossa casa pode não ser num condomínio bacana, nossas férias podem não ser no Mediterrâneo e nosso carro pode não ser de luxo, porém, o que temos merece proteção. Afinal, a regular continuidade da nossa vida passa pela manutenção do nosso patrimônio. E nós não temos máquina de fazer dinheiro.
Vander Cardoso


Formado em Administração pela UEL e em Economia e Contabilidade pela Unopar. Pós graduado em Marketing, tem MBA em Estratégia Empresarial pela USP. Atua no ramo de seguros desde 1990, tendo sido gerente comercial em várias seguradoras, nacionais e multinacionais. Atualmente é professor universitário e sócio-administrador da Max Line Corretora de Seguros. Fone (43) 3027-2707, cel (43) 999573708. Site: www.maxlineseguros.com.br. Instagram @maxlineseguros