Tekken: 30 anos de socos, demônios e destinos

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Por Robson Moretão

Fala, pessoal! Aqui é o Robson Moretão, trazendo mais uma viagem nostálgica e cheia de porrada bem dada no Além dos Controles. E já começo com uma pergunta séria: quantos de vocês juram que venceram um amigo no Tekken apertando botão aleatório… mas no fundo sabem que foi pura sorte? Pois é, Tekken tem essa magia: faz a gente parecer mestre das artes marciais mesmo quando estamos só sobrevivendo.

Hoje vamos revisitar toda a trajetória da franquia Tekken, jogo a jogo, personagem a personagem — uma história marcada por rivalidades familiares, demônios internos, traições e, claro, combos que nunca saem igual duas vezes.

Prepare seus punhos. Vamos lá.

Tekken (1994) – A queda, o precipício e o nascimento do ódio

Divulgação BANDAI NAMCO

O primeiro Tekken é praticamente uma novela japonesa com socos. O protagonista e antagonista é Kazuya Mishima, um jovem movido por vingança após ser jogado de um penhasco pelo próprio pai, Heihachi. A história gira ao redor do primeiro King of Iron Fist Tournament, onde Kazuya enfrenta lutadores icônicos como Paul Phoenix, Nina Williams e Jack até chegar ao confronto derradeiro.

A luta final é simbólica: pai e filho voltam ao mesmo precipício, mas dessa vez Kazuya quem derruba Heihachi, assumindo a Mishima Zaibatsu. Um final violento que define o tom da saga.

Tekken 2 (1995) – Demônios, ambição e um mundo à beira do caos

Divulgação BANDAI NAMCO

Em Tekken 2, Kazuya agora controla a Zaibatsu e abraça de vez o poder do Devil Gene. O antagonista é novamente Heihachi, que retorna vivo (porque Mishima não morre fácil) para recuperar seu império.

Novos personagens entram no torneio, como Jun Kazama – espírito puro que tenta salvar Kazuya de sua escuridão. O jogo aprofunda as transformações de Kazuya e seu pacto com Devil, preparando o terreno para a geração seguinte.

No final, Heihachi derrota o filho e dá o troco, jogando o corpo de Kazuya em um vulcão. Sim, a família Mishima resolve tudo assim: penhasco, vulcão, foguete. Não existe terapia nessa família.

Tekken 3 (1997) – O Renascimento com Jin Kazama

Divulgação BANDAI NAMCO

Tekken 3 muda tudo: elenco, jogabilidade e protagonista.
Aqui quem brilha é Jin Kazama, filho de Kazuya e Jun. O antagonista da vez é Ogre, uma entidade mística que caça lutadores ao redor do mundo.

Após a misteriosa morte de Jun, Jin é treinado por Heihachi – que, claro, só pensa em usar o neto para seus próprios planos. O jogo termina com a clássica traição: Heihachi atira Jin cheio de balas, mas o Devil Gene desperta e Jin escapa, marcando sua ascensão no centro da história.

Tekken 3 é considerado até hoje um dos melhores jogos de luta de todos os tempos.

Tekken 4 (2001) – A volta de Kazuya e o jogo mais dramático da série

Divulgação BANDAI NAMCO

Aqui a treta familiar volta ao foco com força. Kazuya ressurge após ser ressuscitado pela G Corporation, reacendendo sua rivalidade com Heihachi e iniciando uma guerra corporativa.

O clima de Tekken 4 é mais introspectivo e dramático, mostrando Kazuya tentando retomar sua identidade e seu poder. O conflito principal é Mishima x Mishima, e o torneio é quase uma desculpa para colocar pai, filho e neto em rota de colisão.

É o jogo mais “novelesco” e emocional da franquia.

Tekken 5 (2005) – A Explosão do Templo e a Ascensão de Jinpachi

Divulgação BANDAI NAMCO

Tekken 5 começa com o templo Mishima explodindo, libertando Jinpachi Mishima, o pai de Heihachi e avô de Kazuya. Jinpachi é o antagonista “mais puro” da família – dominado por uma entidade maligna que ele tenta conter.

O protagonista pode variar, mas a narrativa tende a girar em torno de Jin Kazama, que se torna cada vez mais obscuro e determinado.

Esse jogo marca um retorno às raízes e ao clima clássico da franquia, com visual mais estilizado e histórias densas.

Tekken 6 (2007) – A Guerra Mundial de Jin

Divulgação BANDAI NAMCO

Tekken 6 coloca Jin no papel de antagonista ao mesmo tempo em que continua sendo protagonista.
Agora como líder da Mishima Zaibatsu, ele declara guerra ao mundo, despertando uma crise global.
Enquanto isso, Kazuya controla a G Corporation, criando uma guerra entre pai e filho em escala global.

O herói “neutro” aqui é Lars Alexandersson, um soldado rebelde e filho bastardo de Heihachi, que tenta impedir os dois lados.

O jogo introduz Akuma como elemento místico e prepara a saga para seu maior confronto.

Tekken 7 (2015) – O Adeus a Heihachi

Divulgação BANDAI NAMCO

Tekken 7 é, essencialmente, o capítulo final da rivalidade entre Heihachi e Kazuya.
A história se volta totalmente para esse conflito, com flashbacks revelando o passado da família, o Devil Gene e a origem da tragédia.

No clímax, Kazuya finalmente mata Heihachi, encerrando um arco de 20 anos.
O antagonista é o próprio destino da família Mishima, e a narrativa deixa a pergunta:
o que acontece agora que o patriarca caiu?

Tekken 8 (2024) – Jin vs Kazuya: o último confronto

Divulgação BANDAI NAMCO

Tekken 8 é o grande duelo final entre Jin e Kazuya. Depois da morte de Heihachi, pai e filho se enfrentam pela sobrevivência da humanidade e pelo fim do Devil Gene.

Aqui o protagonista é Jin, lutando contra sua própria escuridão.
O antagonista é Kazuya em sua forma mais poderosa, quase um deus demoníaco.
O jogo fecha um arco de 30 anos e entrega uma das narrativas mais cinematográficas da série.

Katsuhiro Harada – O pai que viu seu legado crescer (e partir)

Confira a revisão da toda a trajetória da franquia Tekken, jogo a jogo, personagem a personagem — uma história marcada por rivalidades familiares, demônios internos, traições.
Redes Sociais KATSURO HARADA

Agora entramos em um capítulo triste.

Katsuhiro Harada, o rosto, a alma e a personalidade por trás de Tekken, anunciou sua saída da Bandai Namco após 30 anos. Ele trabalhou em todos os Tekkens, carregou máquinas de arcade nas costas, ouviu a comunidade de perto, foi amigo de jogadores, aprendeu, errou, acertou — e deixou claro que o tempo e a perda de pessoas importantes o fizeram repensar sua jornada.

Os conflitos internos, as pressões corporativas e o desgaste de décadas ficaram evidentes. Harada admitiu falhas, pediu desculpas, abriu o coração… e decidiu encerrar esse ciclo.

Seu relato é sincero, pesado e humano — e, para quem cresceu vivendo Tekken, chega como um soco que a gente não consegue defender. É estranho imaginar o futuro da franquia sem a risada característica dele, sem os óculos escuros, sem as respostas ácidas nas redes sociais.

Mas, ao mesmo tempo, dá orgulho ver alguém que entregou tanto finalmente parar para olhar para si.

E agora? Tekken continua, assim como seus fãs.
Mas a pergunta que fica é:

Como você imagina o futuro da franquia sem Harada no comando?
O que você espera — ou teme — para Tekken 9?

Quero saber sua opinião. Deixa aí nos comentários e vamos conversar

Robson Moretão

Um maluco por games desde sempre – há mais de 30 anos! Sou fissurado em histórias incríveis, desafios “impossíveis” e gráficos realistas. Aqui, na minha coluna, vou falar sobre o avanço desta indústria fantástica e seus desdobramentos.

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