A Arte de Sobreviver

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Por Ângela Diana

Sobreviver…. só da gente ler a palavra já tem certo “peso”, não? Agora, SOBREVIVER COMO ARTISTA MULHER, ah…só quem sente na pele.

Ontem, falando com uma amiga sobre como é o casamento, o quanto as mulheres têm a capacidade de doação (a maioria, tá?) E de segurar todas as barras que aparecem. Sabemos que nem sempre o resultado é legal.

Existe uma diferença muito GRANDE, quando se é mulher. Um exemplo foi Paul Gauguin que abandonou tudo e toda família e foi para o Taiti! Ninguém conta a barra que deve ter sido para a mulher dele ficar sozinha com os filhos! Sem dúvida, ele é um dos grandes artistas, mas NINGUÉM diz o quanto ele ficou devendo pra essa mulher que foi abandonada…. E qual o nome dela mesmo?

Bom! Um clássico conto de artista mulher X artista homem: Camille Claudel e Rodin! Ele, velho já, com a aluna talentosa e linda.. Resultado: ela internada e ele super famoso até hoje! E quem fala das OBRAS dela? Ninguém! O que marcou foi  a historia trágica, assim como outras que escrevi na coluna!

A Valsa, Camille Claudel – Foto: Reprodução da Interner

Entende? Artista e MULHER tem sempre que trabalhar em dobro, e imagina se alguma fizer como Gauguin? “Meter o louco”, “chutar o pau da barraca” e ir para o Taiti viver da arte! Ahh! Certeza que “vagabunda” seria o nome mais bonitinho! Parece que a gente sempre tem que provar a competência, tem que ser o que os homens esperam da gente!

Lute como uma artista! Seja competente,  exija contrato com as instituições, cobre pelo seu trabalho! Sabe a fama que você fica: Aiiii, ela é tão AGRESSIVA! É! Isso é real e acontece com muitas amigas artistas de diversas áreas, isso quando não usam o termo predileto: LOUCA!

Obra de Camille Claudel – Foto: Reprodução da Internet

Nos “bastidores”, o tratamento para artistas já é feio, para mulheres  e mulheres trans é MUITO PIOR! Aliás, desculpem por não lembrar a marca, mas uma propaganda que esta veiculando agora é demais. Ela fala que “não é o que você veste, ou fala, ou faz ou aonde anda, nós não temos culpa da violência contra nós! E isso tem que ser falado SIM, para ficar bem arraigado no nosso íntimo e não permitir que homem nenhum a violente de nenhuma forma! Eles precisam de nós para nascerem,  só por aí o respeito deveria ser maior que o preconceito!

Para pensar! Se sua filha tiver a vocação para as artes, a ensine a ser forte, e lutar! Não crie uma princesinha, crie um ser humano apto a se defender  num mundo que tem uma sociedade machista e que não quer a arte! Quer apenas a guerra!

Ângela Diana

Sou londrinense e me dedico à arte desde 1986 quando pisei pela primeira vez no atelier de Leticia Marquez. Fui co-fundadora da Oficina de Arte, em parceria com Mira Benvenuto e atuo nas áreas de pintura, escultura, desenho e orientação de artes para adolescentes e adultos.

Foto: Reprodução da internet

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