Por Telma Elorza
“Sou um voyer assumido, curto muito ver casais transando e minha namorada se masturbando. Mas agora ela cismou que estou com problemas, porque acha que faço pouco sexo com ela. Realmente eu prefiro assistir a fazer, mas não acho que seja um grande problema porque sempre dou um jeito de satisfazê-la. Porém, ela está me pressionando para termos mais relações. Você acha que preciso procurar ajuda?”
Bom, eu primeiro lugar, eu quero cumprimentar o leitor que, mesmo sendo um voyeur assumido, conseguiu arrumar uma namorada e está preocupado em satisfazê-la. A maioria dos voyeurs tem problemas de relacionamento justamente porque seu prazer vem de APENAS observar os outros mantendo relações, quase nunca se aproximando de outras pessoas.
LEIA TAMBÉM
Existem, claro, casais onde um deles é voyeur, mas geralmente são aqueles caras chamados de cuckcold. E talvez essa seja a solução para seu problema: liberar a relação para que ela – e você – tenham satisfações sexuais mais frequentes. Para mim, parece que o problema é que você ainda não tinha pensado nisso, embora suas divergências com a parceira neste quesito esteja atrapalhando o relacionamento.
Na minha opinião, um voyeur que quer manter o fetiche e um relacionamento sério precisa pensar fora da caixinha e, principalmente, não ser ciumento. Que tal começar a pensar na possibilidade e conversar com ela? Que tal propor isso a ela? Talvez ela tope. Talvez não. Eu acho que a maioria das namoradas (e até casadas) topariam.
Um estudo realizado pela Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, em meados dos anos 2000 realizado com mais de três mil mulheres casadas, mostrou que a relação que a mulher estabelece com o parceiro muda, fazendo com que ela tenha mais fantasias sexuais com outros homens. Lógico que a maioria não coloca em prática por medo de por em risco o casamento, além dos preconceitos morais impostos pela sociedade. Mas que atire a primeira pedra a mulher que nunca pensou nisso. Ou até de transar com dois homens (fantasia mais comum do que se imagina). A questão é que as mulheres relutam muito em propor isso aos parceiros. Justamente por medo do cara terminar com ela ou perder seu respeito.
LEIA TAMBÉM
Agora, se nem assim resolver a situação e você estiver em sofrimento, talvez seja o caso de procurar ajudo de um psicológo (sexólogos são os mais indicados) para ajudá-lo a superar (ou minimizar) o voyeurismo. A maioria das pessoas com tendências voyeurísticas não apresenta um transtorno de voyeurismo, que é uma fixação extrema nesse tipo de prazer, acabando por prejudicar toda sua vida, seja profissional ou pessoal. Não acho que seja seu caso, mas quem sabe uma conversa com um profissional pode lhe ajudar a por as coisas em perspectivas, né?
Tem dúvidas sobre sexo? Mande sua pergunta para telma@olondrinense.com.br
Quem é Tia Telma?
Jornalista, divorciada, xereta por natureza e que sempre se interessou muito por sexo. Com a vida, aprendeu várias coisas, mas a principal é que sexo é uma coisa natural e deve ser sempre prazeroso.