Quero ser dominatrix. Como faço?

“Tenho a maior vontade de atuar como dominatrix profissional. Como faço para conseguir isso?”

Ah, pronto. Não bastasse os rapazes achando que eu tenho cara de coach de garoto de programa, agora vem a lindinha aí perguntar sobre como ser dominatrix? Desse jeito, vou acabar montando uns cursos e vendendo na internet. Quem sabe assim fico rica, né, mores?

Bom, vamos lá. Não tenho muito conhecimento sobre dominatrix como profissão, mas já tive meus momentos (com sucesso) dominadora. Antes de tudo, para quem não sabe, dominatrix ou domme é a mulher que exerce o papel dominante nas práticas BDSM (Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo). Ou seja, aquele povo que curte sofrer ou infligir dor e humilhação, tudo consensual, claro.

A domme, rainha ou simplesmente senhora é aquela que manda e desmanda nos caras e tem prazer em ser servida, obedecida cegamente. Uma senhora e seu escravo (ou escrava) mantém um vínculo próximo, mas que não necessariamente envolve sexo. Pode até ter relações sexuais, mas o maior prazer nessa relação está em dominar e ser dominado. Um escravo gosta de ser humilhado por sua senhora e tem que obedecê-la em tudo. Até lamber a sola do sapato da dona (eca), se for solicitado.

Eu me diverti muito sendo dominatrix em alguns momentos da vida. Mas não faria isso profissionalmente, porque é preciso gostar muuito de maltratar pessoas. E até nisso é preciso criatividade, para infligir humilhações e dores diferentes a cada sessão. Mas soube que as profissionais são muito procuradas, principalmente por aqueles que preferem esconder seu lado submisso, por razões variadas. Sabe aquele cara que não tem coragem de pedir para própria esposa que o domine? Ou aquele executivo bem sucedido que não quer se mostrar “fraco”? Então, geralmente são esses os clientes.

Como disse no parágrafo aí em cima, a criatividade é um dos itens essenciais nesse relacionamento domme-escravo profissional. Mas também é preciso ter uma certa frieza e não se envolver emocionalmente com os clientes. Um jogo de cintura para lidar com emoções alheias, um tico de crueldade e uma mente aberta para realizar desejos incomuns (afinal, a dominatrix deve mergulhar de cabeça em situações inusitadas e até bizarras, sem fazer julgamentos) e saber manter as relações em sigilo completam os requisitos básicos. Confiança, postura e boa comunicação também são exigidos. Ou seja, não pode ser uma mulher “comum” ou tímida. Ela vai mandar e precisa agir como tal.

Há todo um cenário e figurino que também precisam ser montados e isso requer um investimento. O ideal para uma dominatrix profissional é ter um local próprio, seguro (para si e para os clientes) e cheio de coisas (aparelhos, cordas, instrumentos e apetrechos para infligir dor). Claro que isso pode ser montado com o tempo. Mas o investimento em um figurino próprio deve estar entre as prioridades iniciais. Roupas de vinil e couro, meias arrastão, botas de salto altíssimo (que tem mil utilidades, hehehe), um chicote de qualidade, algemas específicas (as comuns não bastam), enfim ….

São muitas opções e qualquer um pode adquirir essas coisas em sex shop ou até pela internet. Só jogar no Google roupas para BDSM que vai aparecer um monte de coisas. Até no AliExpress tem seções dedicadas à prática. Mas o melhor ainda é mandar fazer sua fantasia, personalizando sua “persona” de acordo com o que quer. Também é possível achar ateliers específicos para o segmento no Google.

Há também cursos para dominatrix iniciante. Geralmente são ministrados por outras, mais experientes. Eu aconselharia fazer porque qualquer profissão bem sucedida exige alguns conhecimentos específicos (que eu não saberia dizer quais são, nesse caso) e “manhas” e essas mentorias poderiam evitar alguns erros básicos ou de segurança, poupando tempo e “perigos”.

Depois disso tudo, é só vestir seu body de vinil preto e anunciar seus serviços nas redes sociais, sites ou aplicativos de pegação como o Tinder. Sorte e sucesso para quem quer tentar.

Mande suas perguntas para telma@olondrinense.com.br

Quem é Telma Elorza, a Tia Telma?

Jornalista, divorciada, xereta por natureza e que sempre se interessou muito por sexo. Com a vida, aprendeu várias coisas, mas a principal é que sexo é uma coisa natural e deve ser sempre prazeroso.