“Meu namorado adora pet play, mas acho estranho ele fingir que é um cavalo”

TIATELMA (2)

“Comecei a namorar há uns seis meses e, recentemente ele me pediu para ser sua ‘domadora’, enquanto se fantasia de cavalo, com rabo e cascos de vinil e tudo mais. Quando ele propôs, explicou o que era, achei diferente e topei. Mas fiquei meio assustada ao vê-lo fantasiado de cavalo e ainda não me acostumei. Sei que ele me ama e confia em mim, mas agora quer sempre viver essa fantasia. O que faço?”


Máscara para dog play -Foto: AliExpress

Bom, vamos lá. Pet play é uma prática ligada a BDSM (Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo) onde  dominação e submissão fazem parte do jogo sexual. Mas nem sempre tem sexo envolvido. Às vezes, o fetichista pode ter prazer apenas em ser o pet e se caracterizar, agir como o animal e obedecer ordens do(a) dono(a). Gato, cachorro e cavalo são os mais comuns e tem até nomes de cada linha de “especialização”: kitten play, dog play, ponysm e pony play (cavalos, éguas).

O Pet Play não tem nada a ver com zoofilia, que é crime. É apenas uma fantasia onde o participante se sente realizado como animal. E é bem comum. Há um grande mercado de acessórios voltados para a prática. Você pode encontrar facilmente na internet, inclusive no AliExpress. Em países como Estado Unidos, por exemplo, há convenções de adeptos. No Brasil, ainda é muito pouco divulgado e fica restrito a grupos de participantes, talvez pelo preconceito. No Facebook há vários grupos de discussão sobre isso. Há muitos casais felizes em ser dono e cachorrinho.

O que vale pra leitora é: os dois estão felizes e satisfeitos? Fetiches são normais e devem ser explorados desde que não prejudique ninguém. Se, no entanto, um dos dois não se sente confortável na posição, a coisa não vai dar certo. Não é porque se amam, que são obrigados a gostar de tudo que o outro gosta. Ninguém deve fazer nada obrigado, principalmente aquilo que o deixa incomodado.

Eu recomendo que converse com seu namorado. Afinal, ele confiou em você para se abrir e mostrar seus desejos mais íntimos. Merece receber o mesmo grau de sinceridade. Fale de seu incômodo, do seu desconhecimento. Mas também procure se informar mais sobre a prática. Nunca, porém, tente reprimí-lo. Não se resolve a situação castrando fantasias e fetiches. Se, depois disso, ainda continuar desconfortável, talvez a solução seja dar um tchau e ambos partirem para outra mais afinados com os próprios desejos.

Mande sua pergunta para o email telma@olondrinense.com.br

Quem é Telma Elorza, a Tia Telma?

Jornalista, divorciada, xereta por natureza e que sempre se interessou muito por sexo. Com a vida, aprendeu várias coisas, mas a principal é que sexo é uma coisa natural e deve ser sempre prazeroso.

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