Casei grávida com o primeiro namorado. E ele só sabe fazer papai-e-mamãe. O que faço?

TIATELMA (2)

Por Telma Elorza

“Tinha 17 anos quando engravidei do meu primeiro namorado, com a mesma idade e virgem como eu era. Por imposição das famílias, casamos. Estamos juntos até hoje, mais de 20 anos depois. Mas sou frustrada sexualmente, porque comigo ele só faz o sexo tradicional, tipo papai-e-mamãe. Sei, no entanto, que já deu algumas escapadas do casamento. Mas isso não me afeta. A falta de criatividade na relação, sim, está acabando com meu casamento. Vejo filmes pornôs escondidos e sonho viver algo parecido. Será que devo escapar também para ver como é, o que estou perdendo? O que faço?”

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Ai, que situação complicada, a da minha leitora. Só um homem em toda sua vida? Achei que isso não existia mais neste século. Mas, em primeiro lugar, não sei se dou os parabéns por não se preocupar com as escapadas do marido ou se dou os pêsames. Porque, na minha cabeça, ou ela é uma mulher muito bem resolvida e não se abala pelas traições ou já deixou de amar o cara há muito tempo. Se for bem resolvida, pode ter visto aí a chance de “uma aprimorada” nas técnicas do marido. Se já deixou de amar, não sei o que está fazendo ainda junto. Largue de uma vez e vá experimentar tudo que sempre quis e não pode.

Mas vamos supor que ela é mesmo bem resolvida e quer continuar com o cara, mesmo pensando em trair. Como a leitora não especificou no seu e-mail é se o sexo, embora limitado ao papai-e-mamãe (poxa, gente, nem uma posiçãozinha de quatro?) é satisfatório. Não deve ser, né? Porque, senão, não estaria pensando em dar umas escapadas.

Eu vejo o seguinte: o problema de casar com um primeiro namorado, virgem (ou quase, já que estavam grávidos), é a mítica que o homem pode criar na sua cabeça sobre a mulher. Ou seja, torná-la santa ou quase isso. O primeiro amor, etc e tal. Ainda mais um jovem inexperiente como o marido era. Sabe aquela ideia que a mulher deveria ser respeitada sempre, inclusive na cama? Que uma “mulher honesta” não estava interessada em sexo, a não ser para cumprir seu dever com o marido e com fins de procriação? Então. A juventude do rapaz, na época do casamento, pode ter resultado em algo assim. Talvez tenha ouvido conselhos demais de homens mais velhos. Não sei. Como reforço sempre, não sou psicóloga.

O que sugiro para leitora é uma boa conversa. Franca, honesta. Doa a quem doer. Que nesta conversa seja exposta a infelicidade e frustração sexual. Não é hora de poupar egos masculinos. Exponha que está insatisfeita com o papai-e-mamãe, que quer provar coisas novas, que quer experimentar – como sabe que ele já fez (sim, deixe claro as traições) – e que isso é um condicionante para o casamento continuar. Duvido que um homem que queira manter o casamento, depois de uma conversa franca como essa, não mude seu comportamento, inclusive na cama. Eles podem ser ineptos sexualmente, mas acho que não burros.

Porém, se continuar, acredito que o caso é de tratamento psicoterápico, para mudar a visão dele sobre a esposa. Mas aí a leitora é quem deve decidir se acompanha ou não ele nessa fase.

Tem dúvidas sobre sexo? Mande um e-mail para telma@olondrinense.com.br

Quem é Tia Telma?

Jornalista, divorciada, xereta por natureza e que sempre se interessou muito por sexo. Com a vida, aprendeu várias coisas, mas a principal é que sexo é uma coisa natural e deve ser sempre prazeroso.

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