O meio ambiente e as religiões

meio-ambiente-religiao-pexels

Por professor Renato Munhoz

Aqui, em nossa coluna sobre sustentabilidade, já nos desafiamos a conversar sobre diversos temas e assuntos pertinentes a Sustentabilidade. Nossa última série foi sobre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), onde tivemos a oportunidade de apresentar sobre os diversos aspectos deste importante tema para as questões ambientais.

Comemorando um ano de nosso espaço, decidi me desafiar a algo oportuno e provocador. Quero, a partir desta semana e por várias semanas, conversar com nossos leitores sobre a questão ambiental e as religiões. Buscando apresentar como a compreensão religiosa do Meio Ambiente pode interferir sobre ele, sendo em muitos casos elemento essencial de muitas religiões. Em outros aspectos, a compreensão da origem humana, em praticamente todas as religiões, passam pelos aspectos da relação com o sagrado, trazendo desta forma uma ideia de que os elementos que compõem o Meio Ambiente são intrinsicamente ligados a dimensão religiosa.

Diversas práticas religiosas, ritos, cerimonias, celebrações também estão conectados a natureza. Em alguns grupos, o próprio templo religioso é a floresta, a terra ou mesmo os céus.

De pronto, podemos desde já apontar de que religião e natureza estão interligados e que a preservação e o cuidado passa pela ideia de que qualquer agressão cometida contra ela é um atentado ao próprio sagrado. Por isso, é fundamental resgatar este elemento, independente do aspecto confessional, mas acima de tudo tratar o Meio Ambiente como elemento sagrado, possibilitar a preservação não como um peso, mas como algo relacionado a nossa sobrevivência, espiritual inclusive.

Leonardo Boff, em sua bela obra Ética e Eco Espiritualidade, aponta que o lugar do ser humano é como parte e parcela do universo em evolução e um elo da cadeia da vida. “Quando 99% da terra já estava pronta, foi quando ele apareceu. A terra não dependeu dele para criar sua complexidade e rica biodiversidade”. Neste sentido, o ser humano é parte e não causa da criação.

Que façamos um bom caminho e que a partir desta semana, nosso espaço seja este espaço de construção de ideias, em torno de nossa casa comum tão machucada e ferida pela ausência de sacralidade ambiental.

Professor Renato Munhoz

Teólogo e Historiador. Especialista em Educação Ambiental e Sustentabilidade.

Foto: Pexels

Compartilhe:

Anuncie no O Londrinēnse

Mais lidos da semana

Anuncie no O Londrinēnse

plugins premium WordPress