Por professor Renato Munhoz
Seguindo rumo ao nosso primeiro passo sobre a série que se propõe a refletir sobre as questões ambientais e as religiões, abrimos apresentando a reflexão sobre como a religião hinduísta percebe e se relaciona com o Meio Ambiente.
Para o Hinduísmo, o Cosmos é um todo. É criação, produto, palco do sonho supremo da divindade. Cada ser possui sua história de reencarnações. E seu lugar religioso – o svadharma. Os rituais, os sacrifícios e orações mantêm o mundo em equilíbrio e impedem o caos.
O Rio Sagrado é o Ganges, que está localizado na Índia. Como todos os rios de lá, frequentemente é considerado como um deus. Nas árvores residem os espíritos da natureza, semelhantes as ninfas dos mitos gregos. Serpentes são, muitas vezes, espíritos poderosos (as nagas).
A proteção ao Meio Ambiente, no Hinduísmo, se transforma na preocupação de não ofender consciente ou inconscientemente nenhum ser. A Índia é conhecida por ter a vaca como um animal sagrado, como símbolo da bondade criadora da Mãe Terra. Em muitos mosteiros nas montanhas, os macacos que habitam a região também são tidos como divindades. Portanto, e necessariamente, protegidos.
Aqui a dimensão de proteção e cuidado nem está ligada a ideia racional de proteção e das consequências vividas, em muitos lugares do mundo, pela destruição ambiental. Não se conhece outra forma de relação a não ser a dimensão ambiental ligado a necessidade de satisfazer a vontade dos deuses. Para manter a harmonia do cosmos. O ser humano está dentro e não fora do cosmos, junto com todos os elementos, cumprindo a missão de obedecer o sagrado, preservando o Meio Ambiente.
Professor Renato Munhoz
Teólogo e Historiador. Especialista em Educação Ambiental e Sustentabilidade.
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