Por Cláudio Chiusoli
Há algum tempo estava querendo escrever sobre esse tema, no entanto, precisava de pesquisar mais para dedicar a esse assunto polêmico que está bastante evidente nos noticiários, uma visão ideológica que virou discussão partidária.
Muitas vezes esse dualismo entre esquerda e direita, as pessoas se posicionam sem entender corretamente seu conceito, onde apenas se manifesta pelo fato de simpatizar com o candidato ou partido A ou B. Mas temos que entender a origem desses conceitos.
Qual origem histórica?
O termo esquerda e direita tem origem na revolução Francesa de 1789. Na assembleia nacional constituinte, os girondinos, que eram moderados e mediadores, sentavam-se à direita do presidente, que conduzia a assembleia. À esquerda estavam os jacobinos, simpatizantes da revolução, considerados mais radicais.
Haviam debates sobre a revolução, em criar uma nova constituição, destronar o rei, acabar com a monarquia e resolver a crise econômica em que a França passava.
Os girondinos da direita não queriam mudanças drásticas, preferiam o rei e queriam ser cautelosos. Mas os jacobinos queriam uma revolução radical que mudasse a forma como a sociedade era organizada, esperando melhorar tudo por meio de seus ideais.
Assim, por definição, como compreender a diferença de esquerda e direita do ponto de vista ideológico e econômico?
A direita representa o capitalismo e a esquerda o socialismo, apesar que os dois conceitos surgiram depois da Revolução Francesa. O capitalismo seria um sistema econômico e social em que as pessoas trabalham para os donos dos meios de produção (empresas). O capitalismo também se caracteriza pela propriedade privada (garantida pelos órgãos de segurança do Estado) e pela acumulação de capital.
O socialismo, por outro lado, seria um sistema econômico em que as empresas são de propriedade coletiva (dos trabalhadores ou, na maioria, dos casos do Estado). De acordo com a teoria tradicional, o socialismo acabaria com a exploração do trabalho no sistema capitalista e o sistema de classes – a diferença entre a burguesia e o proletariado (trabalhadores).
Esquerdistas defendem um estado maior, ou seja, um governo que interfere na economia e regras da sociedade. Nesse contexto, alguns argumentam que o governo deve controlar todos os aspectos da vida social, como exemplo, educação infantil, regulamentos internos das empresas, economia, qualquer forma de assistência social e até restrições à liberdade de culto.
Os autoproclamados de direita acreditam que a sociedade funciona melhor quando a atuação do estado é bem restrita. O Estado deve ser mais enxuto, cuidar apenas das necessidades básicas do cidadão, a exemplo, como a defesa nacional, fornecimento de alimentos, saúde, educação, energia elétrica, água, etc.
Ainda, vale considerar que dentro dessa dicotomia, há ainda o entendimento de extrema direita e a extrema esquerda, o que muda mais radicalmente a forma de se analisar.
Para saber mais detalhes, recomendo esse link.
Então, dada a definição, como você se enxerga, mais de esquerda ou de direita?
Fica a leitura. Desejo uma ótima semana!
Cláudio Chiusoli
Professor de Administração na UNICENTRO – Universidade Estadual do Centro Oeste /PR. Economista formado pela UEL. Pós-doutor em Gestão Urbana pela PUCPR.
Mande sua sugestão ou dúvidas para prof.claudio.unicentro@gmail.com. Acompanhe meu canal do e minhas redes sociais Linkedin, Facebook e Instagram.
Foto: O Clube dos Jacobinos/Reprodução da internet
3 Comentários
Meio jacobina, meio girondina, ou mais precisamente, nem capitalista, nem comunista, mas defensora de uma economia sustentável, uma sociedade sustentável.
Eu acho que esse conceito está envelhecido. Não é mais genuíno como a posição claramente marcada historicamente e dividida entre gerondinos e jacobinos.
Discordo do ponto de vista de que esquerdistas
“…..e até restrições à liberdade de culto”.
Lideranças religiosas de templos evangélicos se identificam com pautas da direita e da extrema-direita, são essas lideranças que querem a ditadura da religião. Menosprezam espíritas, umbandistas, budistas, e consideram que sua igreja é a verdadeira representante de Deus.
A sociedade brasileira é plural, o sistema partidário é plural. Não existe essa divisão genuína.
Para efeitos históricos, o texto está bem objetivo. Apresenta a origens dos termos, que está ligado a posição que cada grupo se assentava, e as idéias e atitudes que defendiam.
Porém, para efeito de posicionamento político atual, especificamente no Brasil, não possui aplicabilidade. A evolução histórica da economia, nos mais diversos países demonstrou que, nem o capitalismo selvagem nem o socialismo, nem o Estado do Bem-Estar Social muito menos o comunismo atingiram seus objetivos. E nenhum deles reflete a atual divisão do país. O Brasil não está dividido entre Direita e Esquerda segundo a essência de cada palavra, pois, o único sistema de mercado existnte é o Capitalismo. não existe mais Socialismo, na concepção da palavra. A primeira grande diferenciação, entre Direita e Esquerda, dentro de um Sistema Capitalista, é o tamanho da participação do Estado – a Direita defende um Estado Menor, a Esquerda defeden um Estado Maior. Um conceito que, possa exprimir melhor a divisão do Brasil na atualidade é, o conceito de Conservadores e Progressistas – a Direita é Conservadora. A Esquerda é Progressista. Os Convervadores, eum sua maioria Cristãos, defendem a Família, a Vida, a Liberdade, a não intervenção do Estado. Os Progressistas defentem uma maior intervenção do Estado, uma sociedade menos conservadora em questões mais polêmicas, como consumo de drogas, aborta, controle de mídias sociais, enfim, assuntos polêmicos de uma visão mais progressista da sociedade. Excluindo-se as pautas individuais ligadas as questões religiosas e as individualidades, a grande crítica sobre o modelo de maior intervenção do Estado, com uma máquina pública maior, são as experiências pelo mundo e, também no Brasil, de um Estado que está sujeito a corrupção, desvio de recursos públicos, burocracia e ineficência da máquina pública. Quanto ao Capitalismo de menor presença do Estado e maior liberdade do sistema econômico estão as críticas de exploração do trabalhador, acumulação de riqueza pelos donos dos meios de produção e, aumento da desigualdade social. Portanto, mais do que rotular se um país é de Direita ou de Esquerda, se o pensamento é Conservador ou Progressista, é um país estar unido, através de seu povo, para que haja prosperidade e, qualidade de vida para todos. Um Estado eficiência e moderno, sem corrupção e desvio de recursos públicos, onde haja equilíbrio entre os donos dos meios de produção e os trabalhadores, com remuneração justa, elevando a maioria da população na condição de classe média, que aufira remuneração compatível que permite ter boas condições de vida, sem a necessidade de programas de transferência de renda, gerando um mercado consumidor interno que permita a manutenção de um círculo virtual de desenvolvimento econômico contínuo.
Gostei da sua visão e forma de interpretação como analisou o editorial…