O problema não são as estatais, mas o excesso de interferência do governo na gestão

correios - JoédsonAlves-Agência Brasil

Por Cláudio Chiusoli

Você acha que o governo interfere demais na gestão das estatais?

Pode parecer coincidência ou não, mas, segundo as notícias, o lucro líquido das principais empresas controladas pelo governo – Petrobras, Banco do Brasil, BNDES, Caixa Federal e Correios – caíram, no ano passado, 24% em relação ao ano anterior, para R$ 182 bilhões.

O principal motivo da queda nos lucros em 2023 foi o desempenho da Petrobras, que caiu 33%. Os lucros do BNDES caíram 5%. Já os CORREIOS amargaram prejuízo.

Por outro lado, os resultados do Banco do Brasil e da Caixa aumentaram 11,3% e 15,5%, respectivamente.

Essa interferência do governo na gestão das empresas estatais tem sido amplamente debatida nos últimos anos e é um assunto controverso.

As estatais são empresas de capital misto ou totalmente público cujo papel na economia de um país é significativo. Elas frequentemente funcionam nos setores mais estratégicos, como energia, infraestrutura, tecnologia e outros.

O fator político é frequentemente mais importante e o principal problema é que o governo utiliza sua influência para nomear dirigentes sem qualificação técnica, mas simpatizantes do partido no poder.

Isto pode acarretar em decisões inadequadas, falta de planejamento estratégico e até corrupção, prejudicando a empresa e os seus resultados financeiros.

Para além destes argumentos, tem uma corrente que acredita que a intervenção do Estado também pode ser vista como uma forma de garantir o respeito pelo interesse público e para manter o controle sobre os setores estratégicos da economia.

No entanto, um equilíbrio entre a necessidade de supervisão governamental e a autonomia necessária para a gestão eficaz das estatais deveria ser encontrado.

E isso só seria possível fortalecendo as instituições de controle e exigindo prestação de contas por parte dos gestores públicos.

Em última análise, uma economia liberal requer menos intervenção governamental, a exemplo da pressão sobre o Banco Central para forçar a rápida queda das taxas de juros, um assunto sobre o qual já foi detalhado em outra ocasião.

Fique por dentro. Boa semana. Gratidão!

Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Cláudio Chiusoli

A interferência do governo nas estatais, principalmente ao nomear dirigentes sem qualificação técnica, pode estar resultando em prejuízos

Professor de Administração na UNICENTRO – Universidade Estadual do Centro Oeste /PR. Economista formado pela UEL. Pós-doutor em Gestão Urbana pela PUCPR. Mande sua sugestão ou dúvidas para prof.claudio.unicentro@gmail.com. Acompanhe meu canal do e minhas redes sociais Linkedin, Facebook Instagram.

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