Evento on-line, em maio, discutirá o cenário atual do Brasil em relação ao tabagismo
O LONDRINENSE com assessoria
No dia 25 de maio, das 9 horas às 17 horas, a Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (ABEAD) promoverá uma jornada on-line para profissionais da saúde, educadores, estudantes de diversas áreas da saúde, com objetivo de discutir a temática urgente que é o tabagismo, “Por um Mundo Livre de Nicotina: Protegendo os jovens”. Entre os palestrantes estão profissionais com longa atuação da área clínica, da educação e advocacia.
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Segundo dados do Ministério da Saúde, a prevalência de fumantes maiores de 18 anos diminuiu de 15,7%, em 2006, para 9,1% em 2021, bem como a exposição ao fumo passivo. Em 2020, o Ministério da Saúde estabeleceu a meta de reduzir a prevalência do tabagismo em 40% até 2030, como parte do Plano de Ação Estratégico para o Enfrentamento das Doenças Não Transmissíveis no Brasil, 2021-2030.
“O Brasil reduziu a prevalência do tabagismo para um dígito, nos últimos 20 anos, e a indústria do tabaco reagiu para recuperar o seu mercado de nicotina, promovendo e vendendo cigarros eletrônicos direcionados aos jovens”, aponta a psiquiatra londrinense Alessandra Diehl, conselheira da ABEAD. “Desde 2009, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proíbe a venda, importação e publicidade de cigarros eletrônicos no Brasil e ratificou de forma consistente esta mesma regulamentação, neste mês. Mas plataformas digitais, incluindo o Tik Tok, são utilizadas para promover cigarros eletrônicos direcionados a adolescentes, apesar dos esforços do órgãopara monitorá-los e multá-los”, explica.
Segundo ela, a indústria do tabaco busca mobilizar a opinião pública contra a regulamentação da ANVISA e confundir a população com a afirmação de que os cigarros eletrônicos ajudam a parar de fumar, que são seguros e reduzem os danos em comparação aos cigarros aquecidos. “Muitas pessoas, especialmente crianças e adolescentes e suas famílias, estão confusas e desconhecem as táticas da indústria do tabaco para promover os cigarros eletrônicos”, diz. Esse jogo de interferência contribuiu para o aumento da prevalência do tabagismo entre os adolescentes, de 6,6%, em 2015, para 6,8% em 2019, e do consumo de cigarros eletrônicos, de acordo com a especialista.
O tabagismo mascarado dos cigarros eletrônicos
A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar mostrou que, em 2019, 2,8% dos estudantes de 13 a 17 anos usavam cigarros eletrônicos no últimos 30 dias. Como resultado ainda existem 20 milhões de fumantes no Brasil e 1 milhão de usuários de cigarros eletrônicos. Há também 160 mil mortes precoces por ano e mais de 24 bilhões de dólares são gastos por ano com doenças relacionadas ao tabaco, enquanto as empresas de tabaco arrecadam apenas R$ 2 bilhões de dólares por ano em impostos sobre cigarros.
“A indústria do tabaco tem mobilizado fortes forças políticas como, por exemplo, o Projeto de Lei 5008/2023 que está em análise no Senado Federal que confronta a regulamentação atual da ANVISA e propõe a liberalização do comércio de cigarros eletrônicos. É importante destacar que este Projeto de Lei categoriza os cigarros eletrônicos em nicotínicos e não-nicotínicos, mencionando a possibilidade de uso de ervas”, aponta a psiquiatra.
Segundo Alessandra Diehl, é importante destacar também que, no Brasil, há um grande debate sobre o uso medicinal da maconha e está em análise um projeto de lei sobre isso na Câmara dos Deputados com diversas emendas que promovem sua liberação para uso recreativo. “É fato que a indústria do tabaco diversificou seu portfólio de negócios e investiu no mercado de maconha em outros países. Essa situação ainda é desconhecida por muitos parceiros de controle do tabaco e precisa ser debatida, pois é possível que as vendas de cigarros eletrônicos na Internet, em breve, também oferecerá não apenas nicotina, mas também outras ervas, incluindo a maconha”, aponta.
Serviço:
Jornada “Por um Mundo Livre de Nicotina: Protegendo os jovens”
Dia 25 de maio, das 9 às 17 horas, on-line
Inscrições podem ser feitas neste link
Taxa de inscrição: R$ 30 reais para associados da ABEAD, R$ 50 reais para professores, estudantes e residentes, R$ 150 reais para não associado (2 turnos)
Mais informações através do contato com a secretaria da ABEAD: celular (51) 98053-6208 ou pelo e-mail secretaria@abead.com.br
