Na minha saga para reverter os efeitos da displicência com minha saúde bucal durante a pandemia, conheci uma tecnologia que acaba com o meu segundo maior pavor na hora do dentista: a moldagem dos dentes
Telma Elorza
O LONDRINENSE
Vou confessar: eu tinha dois grandes medos na hora de ir no dentista. O primeiro e maior era na hora de fazer a limpeza, ou como os dentistas preferem dizer, a profilaxia. Esse acabou com o AIRFLOW, que mostrei aqui, semana passada. O outro pavor era o de fazer moldagem nos dentes com aquela “massinha”, que depois vira um molde em gesso das arcadas dentárias. Sabe o que é ter que ficar quase uma meia hora com aquilo na boca, tentando controlar o enjoo, sem poder mexer, quase vomitando? E, se não conseguisse, tinha que fazer tudo de novo? Pois é. Cada vez que eu tinha que passar por isso, queria desistir de todo tratamento. Mas, como era a melhor opção (a outra era usar dentadura), enfrentava, xingando mentalmente o dentista e todos seus antepassados.
Todos esses medos acabaram com meu tratamento dentário com o José Norberto Garcia Nesello, da Inplancare. Melhor coisa que aconteceu na minha vida foi conhecer o Norberto e sua clínica superestilosa, cheia de tecnologias de ponta. Porque agora, com ele, a moldagem é virtual. Sim, feita através do um scanner portátil top de linha, o Trios 3 3Shape, que, em vez da “massinha”, usa uma câmera tipo caneta que tira fotografias de toda a boca, sem dor, sem enjoo, sem tortura. E o melhor: o exame já está incluído na consulta, porque é equipamento da própria clínica.
O escaneamento é feito com um equipamento que captura, com fotografias de alta definição, e mostra com perfeição como seus dentes estão posicionados, a cor deles e todos os detalhes. Isso gera um arquivo que fica armazenado no computador e também pode gerar um modelo impresso em 3D. “Temos uma impressora 3D, que fica num laboratório parceiro para otimizar o uso. Se o paciente quiser, podemos mandar imprimir, a custo acessível”, explica Norberto.
A Inplancare trouxe a tecnologia do scanner dentário para Londrina em 2017, foi uma das primeiras no Paraná e do Brasil a ter um aparelho próprio. “Fomos fazendo testes e hoje o exame já está incorporado no dia a dia, incluído com todos os outros tipos de avaliação exames que fazemos para o melhor diagnóstico”, explica o dentista. Segundo ele, o mais interessante é que é possível mostrar para o paciente, numa tela, todos os detalhes da boca, inclusive com “manipulação das arcadas em 3D, girando, encaixando, vendo a arcada superior, a inferior, observando como a mordida é, tudo digitalmente, de uma forma dinâmica. Isso traz a visão real de como está a boca”, afirma. Veja esse vídeo feito pelo Norberto.
A “massinha” de moldagem foi aposentada sem muitas honras ali. “Eu tinha pacientes que desmarcavam a consulta quando sabiam que fariam a moldagem, por causa do enjoo”, conta. O melhor de tudo? Além da câmera do scanner dar uma definição perfeita – o que não acontecia com o gesso -, se acontecer algum problema, como pessoa se mexer ou até ter aflição durante o escaneamento, é só parar, apagar o arquivo e recomeçar. “Com o molde tradicional, é preciso mandar para o laboratório. Se der problema, como o gesso como uma bolha, perde-se todo trabalho e precisa ser refeito. Com o scanner isso não acontece”, explica. Com 10 minutos, o exame fica pronto.
“O scanner é uma ferramenta de diagnóstico, que pode ser sobreposto a um exame tomográfico para que gere um arquivo que vai ajudar numa cirurgia de implante guiada, baseada na posição final do dente. Associado a outros exames, são capazes de oferecer planejamentos com posicionamento ideal dos implantes, portanto, na execução, maior precisão, ser menos invasivo, gerando mais conforto durante e após o procedimento”, explica Norberto. Se eu precisar de implante, vou passar por essa operação guiada também. Mas, por enquanto, massinha de moldagem nunca mais.
Fiquei tão empolgada com o scanner que nem falei do resultados do escaneamento na minha boca. Fica pra semana que vem.
Foto: Modelo impresso em 3D