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Eleições 2020 – Movimento popular paga recompensa por provas de compra de votos

Campanha nas redes sociais quer inibir a prática ilegal da troca de votos por vantagens

Telma Elorza

O LONDRINENSE

A campanha eleitoral deste ano está ficando cada vez mais suja. O LONDRINENSE tem recebido, quase que diariamente, denúncias de compra de votos e oferecimento de vantagens. A maioria acusa candidatos a vereador, principalmente aqueles que tem acesso a uma grande fonte de recursos. Empresários, assessores, ex-veradores, entre outros. A última, recebida ontem à noite, veio acompanhada de dois prints de uma conversa no Whatsapp, encaminhada por um advogado – que prefere não se identificar – e que recebeu de terceiros. Um dos prints mostra o candidato assessor de um político londrinense que está “contratando”. Mas o problema é justamente isso: o anonimato. O jornal não pode publicar denúncias sem comprovações materiais e a Justiça Eleitoral não aceita denúncias anônimas.

Print encaminhado pelo advogado

Os prints vieram acompanhados por dados da tal Maria que oferece “o serviço”. No entanto, O LONDRINENSE tentou falar com ela a manhã toda e início da tarde e não conseguiu. O telefone estava sempre ocupado. Negociando?

Para reverter essa situação e comprovar a materialidade das denúncias, o Movimento Popular Anticorrupção Por Amor a Londrina (MPA-PAL) lançou uma campanha nas redes sociais oferecendo uma recompensa em dinheiro para quem denunciar e comprovar as denúncias, com fotos, gravações e vídeos. Com o mote “Não venda seu voto! Denuncie!”, o Movimento oferece recompensa de valor variável, dependendo do impacto da denúncia, que será analisada caso a caso. “Podemos chegar a três vezes o valor oferecido pelo candidato. Mas precisamos dos vídeos, fotos e gravações e também que o denunciante se identifique. A identidade será mantida em sigilo”, explica Auber Silva Pereira, membro do Movimento e presidente do Conselho Municipal de Transparência e Controle Social.

O MPA-PAL tem oito anos e surgiu durante o período de cassação do ex-prefeito Barbosa Neto, que está concorrendo com a candidatura a prefeito sob impugnação. Hoje, reúne pessoas de diversos segmentos da sociedade, interessados em uma política limpa. A ideia de oferecer recompensa pela denúncia comprovada surgiu por causa do empobrecimento da população durante a pandemia. “Hoje, qualquer R$50, R$100 faz a diferença para muita gente. E há candidatos que têm uma boa situação financeira se aproveitando disso. Sabemos quem são, inclusive, mas não temos como provar. Por isso, estamos tentando reverter esse quadro”, afirma Pereira.

Segundo ele, o “escambo eleitoral” é uma bandidagem. Por isso, o design da campanha é nos moldes dos cartazes de Procura-se, do Velho Oeste. “Essa troca de votos por benefícios é uma coisa que sempre existiu. Lembro de conversar com meus avós, há 40 anos, sobre isso. Por mais que a lei proibida e a Justiça Eleitoral coíba, continua-se fazendo. E o resultado a gente vê nos esquemas e maracutaias envolvendo políticos por quatro anos”, afirma.

Auber Pereira diz que, nas próximas 72 horas, a previsão é “chover” propostas para cima dos eleitores. “Vai ter panela de pressão sem tampa, sandálias sem tiras e pão com taio em cima. A tampa da panela, as tiras da sandália e a mortadela do pão só serão entregue depois da eleição, isso se o candidato ganhar”, afirmou. E afirma que, com as denúncias documentadas, os candidatos identificados serão levados à Polícia e Ministério Público Eleitoral.

As denúncias podem ser feitas pelo Messenger do Facebook do MPA-PAL.

Foto: MPA-PAL

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