O primeiro ano de mandato de três dos quatro deputados foi marcado por alguns desempenhos aquém do esperado
Telma Elorza
O LONDRINENSE
Os quatro deputados federais londrinenses tiveram um 2019 bem agitado na Câmara Federal. Com apenas um deputado experiente – Diego Garcia (PODEMOS) – entre os quatro, o que se pode observar na atuação parlamente do grupo é que todos deixaram a desejar em alguns quesitos. Pelo menos é o que mostra a página de atividades parlamentares de cada um no site da Câmara (quem quiser pesquisar por conta própria o site é esse daqui https://www2.camara.leg.br/deputados/pesquisa)
O novato Filipe Barros (PSL) foi um dos que menos se destacaram em sua atuação. Ele fez 51 discursos, apresentou 67 propostas legislativas de sua autoria e uma só foi relatada. Participou de 153 sessões plenárias, faltou com justificativa em 5 sessões e sem justificativa, em 10. Seu trabalho nas comissões a que pertence também foi o menos intenso: participou de 82 sessões de comissões, faltou em cinco com justificativa e em 83 sem justificativa. Ou seja, ele mais faltou a essas sessões do que esteve presente.
Segundo o próprio site da Câmara, “as Comissões Parlamentares, Permanentes ou Temporárias, tem funções legislativas e fiscalizadoras, na forma definida na Constituição Federal e nos seus Regimentos Internos. No cumprimento dessas duas funções básicas, de elaboração das leis e de acompanhamento das ações administrativas, no âmbito do Poder Executivo, as Comissões promovem, também, debates e discussões com a participação da sociedade em geral, sobre todos os temas ou assuntos de seu interesse.” São nas comissões que são estudados os dados, circunstâncias e conveniência de um projeto de lei que, depois do consenso, irá orientar o Plenário na sua votação.
A novata Luísa Canziani (PTB) fez 12 discursos, apresentou 59 propostas legislativas e 10 foram relatadas. Sua presença em plenário foi mais efetiva que o colega, com 150 participações em sessão plenária, com 11 faltas justificadas e 7 não justificadas. Luisa também faltou bastante nas sessões das comissões a que pertence: esteve presente em 75 sessões, teve 64 faltas justificadas e 44 não justificadas, somando um número maior que as presenças.
Boca Aberta (PROS), também novato, foi o mais prolixo em número de discursos em sessão, com 160. Ele apresentou 433 propostas legislativas e não teve nenhuma relatada. Esteve em 141 sessões plenárias, faltou com justificativa em 27 e não faltou nenhuma vez sem justificativa. Nas comissões a que pertence, participou de 101 sessões, faltou com justificativa a 42 e teve 20 faltas sem justificativa.
Já Diego Garcia, exercendo seu segundo mandato, fez 24 discursos, apresentou 207 propostas legislativas e teve 62 relatadas. Esteve presente em 166 sessões plenárias, faltou duas vezes, uma com e outra sem justificativa. Em comissões, participou de 444 reuniões, faltou 14 com justificativa e 60 sem justificativa. Mesmo somando as duas, seu trabalho foi bem intenso e participativo nas comissões. Aliás, eles estão lá para isso.
Gastos
No quesito Gastos e Despesas, todos dos deputados usaram liberalmente o dinheiro público destinados a eles, em cotas parlamentares e verbas de gabinete. O campeão de gastos foi Diego Garcia. Ele gastou R$308.388, 21 (70,12%) de sua cota parlamentar e R$1.063.199,41 (79,34%) de sua verba de gabinete, somando no total R$1,371 milhão. Garcia mantém 21 assessores em seu gabinete.
Luísa Canziani gastou 64, 79% (ou R$285.422,17) da cota parlamentar e, nas nas verbas de gabinete, gastou R$1.074.712,87 (87,49%) do valor a que tem direito. Somando tudo: ela gastou R$1,360 milhão de verbas públicas para exercer seu mandato. Luísa mantém 19 pessoas no seu gabinete.
Filipe Barros gastou R$318.386,02 (70,51%) de sua cota parlamentar e R$1.026.697,18 (83,53%) da verba de gabinete, o que somou R$1,345 milhão de verbas públicas. Barros mantém 17 assessores em seu gabinete
Boca Aberta foi o que menos gastou, apesar de ter consumido 90,19% (R$385.627,78) de sua cota parlamentar e R$920.623,84 (74, 94%) de sua verba de gabinete, somando um total de R$1.306 milhões de verbas públicas gastas no decorrer do ano. Ele é o campeão de assessores, com 27 em seu gabinete.
Foto: Arquivo O LONDRINENSE