Artistas apontam o desmonte da área cultural em Londrina, no O Londrinense POD, desta quinta (14)

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Ângela Diana e Val Frei criticam a falta de interesse do setor público na gestão da cultura do município e sugerem ações para fomentar, principalmente, as artes plásticas

Suzi Bonfim

A falta de uma política cultural eficaz em Londrina está em pauta no O Londrinense POD que estreia nesta quinta-feira (14). As artistas plásticas Ângela Diana e Val Frei  avaliam o cenário da área e expõem a escassez de espaços públicos para exposições de artes plásticas, recursos financeiros para a produção e divulgação  e ainda a infraestrutura precária, tanto física quanto de pessoal da Secretaria Municipal de Cultura. 

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Em Londrina, a maior parte dos recursos provenientes do Programa Municipal de Cultura (Promic), de acordo com as artistas plásticas, é direcionada para projetos estratégicos nas áreas de teatro, música e dança. O restante da verba vai para projetos menores. “Para as artes plásticas não há nada. É migalha, da migalha…”, protesta Ângela Diana que atua na área desde 1986, participa ativamente do movimento cultural e é colunista do O Londrinense.   

O tom da entrevista das duas artistas de Londrina é de indignação.  Elas afirmam que  a efervescência cultural da cidade nas décadas de 80 e 90, não existe mais. Nas artes plásticas, o declínio teve início a partir dos anos 2000, quando espaços públicos e  alternativos para exposições como  a Sala Antônio Teodoro, Galeria Banestado e o Itaú Cultural foram fechados. 

 “O que a gente vê é que as coisas foram minguando cada vez mais. Você tem uma  uma ínfima infraestrutura na secretaria municipal de Cultura que não dá conta nem de acompanhar os editais federais porque não tem funcionários. Se você olhar no quadro, são apenas 15 funcionários, dos quais 3 são da biblioteca. Eles estão patinando porque não tem gente para acompanhar os editais e para distribuir a verba federal disponível, correndo o risco de perder recursos”, constata Val Frei.

Como educadora, Val lamenta que a segunda maior cidade do Paraná tem investimentos muito aquém dos outros municípios da região nas artes de um modo geral.  Na entrevista às jornalistas Telma Elorza e Suzi Bonfim, Val lembra que, há anos, a disciplina de artes foi eliminada do currículo das escolas públicas do município, como parte de um processo de desvalorização do que é fundamental para o ser humano. 

“Londrina tem alguns projetos de cultura e esportes nas escolas que atendem 6 mil crianças em um universo de 46 mil alunos. As coisas ficam muito mascaradas, neste sentido. Tem vários festivais, mas quantas pessoas conseguem acessar?”, questiona Val Frei que dá aula de artes no município vizinho. 

O Londrinense POD é produzido em parceria com o ZGM Estúdios e está disponível no canal do

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