Não está na hora de adotar medidas restritivas no Paraná e Londrina?

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Depois da vacina, as pessoas esqueceram que a covid continua matando

Telma Elorza

O LONDRINENSE

Pelo menos oito Estados e o Distrito Federal anunciaram a retomada de medidas de restrição para aglomerações ou para a realização de determinadas atividades diante do aumento dos casos de covid-19 puxado pela disseminação da variante Ômicron e também pelo aumento de casos da gripe provocada pelo vírus H3N2. O governo de São Paulo, por exemplo, anunciou o limite de 70% da capacidade para eventos esportivos, como jogos de futebol. Nos demais eventos, a redução da capacidade nessa proporção foi definida como orientação a ser avaliada individualmente pelas prefeituras. No Paraná, no entanto, nada foi determinado ainda apesar da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) ter anunciado a epidemia de H3N2 nesta quarta-feira (12) – com várias mortes registradas – e o Estado viver uma explosão de casos de covid.

O número de casos em Londrina, por exemplo, está assustador. No boletim epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), divulgado no início da noite de ontem, estão registrados mais 562 novos casos de covid em um único dia, com um óbito de uma mulher de 67 anos, com comorbidade. Dezenove pessoas estão internadas: 10 em UTI (aumento de 80% em relação ao dia anterior) e 9 em enfermaria. Mas o que a Prefeitura fez até agora? Abriu duas UBS para atendimentos de síndromes respiratórias, além de ampliar atendimento na UPA Sabará. E só.

Aliás, é comum encontrar nas redes sociais e no noticiário relatos sobre a superlotação das UBS e UPA, com a enorme procura que está acontecendo. E o pior, os resultados dos testes PCR estão demorando muito para sair – entre 3 e 5 dias, segundo a Prefeitura -, mas bem mais que isso para alguns. Uma leitora mandou mensagem para O LONDRINENSE dizendo que espera seu resultado há 7 dias. E chegou agora a informação que já está faltando o Tamiflu, medicamento usado contra a Influenza causada pelos vírus H1N1 e H3N2.

Todo mundo sabe que essa nova onda de covid é resultado direto das festas de fim de ano, praia, churrascos e eventos em geral. Da aglomeração em bares, boates e festas. E das medidas de segurança esquecidas. Hoje, apesar de todo mundo anunciar que as respeitarão, o que vemos nas redes sociais em fotos de bares e festas é um desrespeito total ao distanciamento, uso de álcool gel e, principalmente, ao uso de máscaras As pessoas esqueceram, depois da vacina, que o covid – e agora o H3N2 – continua matando. Para a maioria vacinada, os sintomas podem ser leves, mas, mesmo assim, alguns vacinados ainda estão desenvolvendo sintomas fortes e febre alta. Sem contar o grupo grande de pessoas que possui comorbidades. Aliás, os mortos deste ano todos tinham comorbidades.

Se as pessoas não tem consciência do perigo que expõe a si e aos outros, não é obrigação das autoridades constituídas zelar pela saúde pública? Não é hora do Estado e da Prefeitura “bater o pau” na mesa e frear o avanço da covid e H3N2 com medidas sérias de contenção? Por de novo a Polícia Militar e a Guarda Municipal para espalhar aglomerações, reduzir a percentagem de público em bares e eventos? Multar pesadamente quem desrespeitar as medidas de segurança?

Foto:  Maurício Mascaro no Pexels

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