Por Fábio Luporini
Da santidade à luxúria, não são poucos os perfis de gente religiosa que se rendeu ao “pecado” do Onlyfans. A plataforma de conteúdo adulto tem conquistado cada vez mais adeptos, inclusive muitos defensores da fé. Alguns por divergências com a religião onde participavam, enquanto outros aliando a prática “pecaminosa” com a prática religiosa. Em todos os casos, existe demanda e mercado, o que está deixando os produtores de conteúdo cada vez mais ricos. Por trás, inúmeros consumidores oriundos da tradicional família brasileira.
Para além da constatação neste primeiro parágrafo, não quero aqui rotular, muito menos julgar (por isso as aspas no pecado e pecaminosa), a escolha de quem decide entrar para esse universo. Porque, embora sejam essas pessoas as que recebem as pedras da sociedade, há um sem-número de anônimos que consome esse conteúdo protegidos pelo anonimato. Nada diferente de como foi ao longo da História, desde a Antiguidade (da sociedade egípcia à greco-romana) até a Idade Média.
Onlyfans: nenhuma novidade
As questões ligadas à sexualidade sempre tiveram público. Em outras sociedades diferentes da que vivemos hoje, inclusive. A questão é que, no modelo contemporâneo, que é o Capitalismo, é natural que também isso seja transformado em negócio, produto, mercadoria. Daí a profusão de sites e plataformas que lucram com esse tipo de conteúdo, principalmente, um mercado impulsionado pelo advento da tecnologia, da internet e das redes sociais.
Assim, cada ser humano é livre para escolher trabalhar com esse tipo de conteúdo da mesma maneira que cada indivíduo tem liberdade para decidir se quer consumir essas produções. Afinal, do mesmo modo que é preciso estar disposto a pagar um valor de troca por uma mercadoria, seja um tênis ou uma roupa, igualmente é necessário ter disposição para trocar o dinheiro pelo conteúdo oferecido. Nesse sentido, ao reduzir o Onlyfans a uma questão mercadológica, muito mais do que sexual ou pornográfica, economiza-se muita bobagem preconceituosa.
Fábio Luporini

Sou jornalista formado pela Universidade Norte do Paraná e sociólogo formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) . Fui repórter, editor e chefe de redação no extinto Jornal de Londrina (JL), atuei como produtor na RPC (afiliada da TV Globo), fundei o também extinto Portal Duo e trabalho como assessor de imprensa e professor de Filosofia, Sociologia, História, Redação e Geopolítica, em Londrina. Me siga no Instagram: @fabio_luporini
Foto: Freepik
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