Por Marcelo Minka
Nenhum lançamento relevante nos cinemas da cidade, então vamos recorrer aos streamings. Sabe aquele filme trash que você não consegue parar de assistir? Eu era assim com os filmes antigos do Predador, com direito a reprises madrugada adentro. Mas com esse novo Predador: A Caçada, a história é diferente, no filme e pra mim.
Tudo começou lá em 1987, com o primeiro filme da franquia O Predador sendo dirigido por John McTiernan (Duro de Matar – 1988) e estrelado por Arnold Schwarzenegger que dispensa referências. Seguiram-se mais três filmes do monstrão (1990, 2010, 2018), todos com sangue jorrando pela tela do cinema, cenas de decapitação, mutilação e tortura, apoiadas com um roteiro pra lá de ruim. Aí eu me perguntava: por que virar a madrugada assistindo isso? Ainda não sei responder.
Com o lançamento deste quarto filme, o que mudou é que está disponível no streaming Starplus, é pago, mas podemos ver a qualquer hora, sem precisar perder o sono. Mudou também a produção trash, não é lá uma super produção hollywoodiana, mas não fica devendo nada também. As cenas sangrentas, decepações e decapitações continuam, mas tudo com muito mais emoção.
A trama conta a história de Naru, protagonizada por Amber Midthunder (Missão Resgate – 2021), como uma indiazinha Comanche que vai contra o establishment, recusando-se a colher raízes e trançar utensílios, querendo ir caçar com os índios e sair na porrada com ursos gigantescos. Mas ursos e leões serão os menores problemas de Naru, ela terá que enfrentar o Predador para salvar sua tribo.
Dirigido pela estrela cult Dan Trachtenberg (Rua Cloverfield 10 – 2016), o filme apresenta a primeira aparição na terra do alienígena, em 1700 e bolinha, colocando o predador como metáfora do período colonial, além de discutir a emancipação feminina. O roteiro se desenrola em um timing perfeito, uma hora e quarenta minutos, diálogos enxutos, cenas de luta muito bem coreografadas e personagens bem construídos. Tudo isso prendendo nossa atenção do começo ao fim.
Além de tudo isso tem um dog caramelo apaixonante que é quase personagem principal. Filmão para quem gosta do gênero.
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Marcelo Minka
Graduado em licenciatura em Artes Visuais, especialista em Mídias Interativas e mestre em Comunicação com concentração em Comunicação Visual. Atua como docente em disciplinas de Artes Visuais, Semiótica Visual, Antropologia Visual e Estética Visual. Cinéfilo nas horas vagas.
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