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Numa guerra de mentiras, quem perde é sempre o povo

Por Fábio Luporini

Os relatos do refugiado iraquiano Rafed Ahmed Alwan, nos Estados Unidos, sobre a produção de armas de destruição em massa no Iraque, serviram de fundamento para que, em 2003, os americanos invadissem o país do Oriente Médio. Hoje, quase duas décadas depois, sabemos que a mentira foi utilizada para justificar a invasão e estabelecer a influência e poderio dos EUA na região, rica em petróleo. O contexto histórico é tema do documentário “Guerra de Mentiras” (2014), dirigido e roteirizado por Matthias Bittner. Entretanto, o título poderia muito bem retratar o contexto das eleições presidenciais no Brasil, em 2022.

Infelizmente, estamos diante de dois candidatos ao cargo mais importante do país que brigam entre si para ver quem conta mais mentira. Até agora, pouco se tem falado de proposições para o Brasil a partir de 2023. Ao contrário, parece que o eleitor brasileiro precisa escolher em quem mente menos. Seja no horário eleitoral gratuito, seja nos debates, seja nas redes sociais. Todos os espaços públicos de discussão estão invadidos por narrativas mentirosas, deturpadas e tendenciosas.

Por isso, é tão importante que tenhamos um Brasil educado, que seja independente de políticos que insistem em subjugar o povo. Acontece que a educação não é, nunca foi e nunca será prioridade dos políticos enquanto estiver tudo caminhando conforme os poucos e parcos investimentos públicos mantiverem as pessoas no cabresto da mentira. O que, infelizmente, atinge, inclusive, pessoas ditas “esclarecidas”. Aliás, o Brasil está cheio de gente esclarecida ignorante. Reflexo da opção que fizemos pelas redes sociais em vez dos livros.

É triste, mas, não vislumbro uma saída. Pelo contrário, sempre há degraus a descer. É desanimador e desalentador. A solução não está nos políticos, está nas pessoas, nas empresas, nos empreendedores, nas crianças, nos professores. Ao mesmo tempo, não há o que fazer enquanto todas essas pessoas idolatrarem políticos como se fossem deuses ou como se fossem heróis. Numa guerra de mentiras, quem perde é sempre a gente.

Fábio Luporini

Sou jornalista formado pela  Universidade Norte do Paraná e sociólogo formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) . Fui repórter, editor e chefe de redação no extinto Jornal de Londrina (JL), atuei como produtor na RPC (afiliada da TV Globo), fundei o também extinto Portal Duo e trabalho como assessor de imprensa e professor de Filosofia, Sociologia, História, Redação e Geopolítica, em Londrina.

Foto: Pixabay

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