Por Vander Cardoso
A vida em sociedade nos impõe algumas regras. Assim é possível estabelecermos relações de convivência. Houvesse sentimento de respeito e responsabilidade entre as pessoas, muitas obrigações impostas poderiam ser dispensadas. Mas esse é o problema; muitas pessoas são desrespeitosas e irresponsáveis.
No campo dos seguros, também é possível perceber a ação do governo, responsável pela manutenção da ordem, no sentido de manter a sociedade, minimamente, organizada. Nesse sentido, temos a existência dos seguros obrigatórios. Todos nós queremos liberdade, inclusive para decidirmos o que comprar ou não comprar.
No caso do seguro, e refiro-me agora ao DPVAT, ao sermos forçados a manter uma cobertura para indenização por morte ou invalidez, garantimos uma indenização mínima, que favorece, principalmente, as pessoas mais pobres. Sobre a obrigatoriedade, ainda que eu defenda, de modo geral, a liberdade de escolha, considero necessária determinadas imposições. Tanto assim que apoio a ideia da ampliação da exigência de contratação do seguro de responsabilidade civil para proprietários de veículos. O famoso seguro para terceiros.
As seguradoras, portanto, já oferecem esse produto. O seguro de automóvel, um dos mais tradicionais, pode ser contratado de forma modular, ou seja, entre tantas coberturas que oferece, é possível a contratação de apenas parte delas.
Responsabilidade civil obrigatória
Nesse sentido, minha proposta é que, tal como obrigados a pagar o IPVA se temos carro, é que devêssemos contratar o seguro de responsabilidade civil. Assim é em outros países, como Portugal, por exemplo. Se inicialmente parece ruim, ao observarmos os acidentes que ocorrem todos os dias, a ideia pode ser boa.
Essa modalidade de seguro, em caso de acidente, transfere a responsabilidade do dono do carro para uma seguradora. Considerando a enorme quantidade de pessoas desprovidas de poupança ou irresponsáveis ao volante, a apólice garantiria o pagamento dos prejuízos causados a terceiros pelos condutores dos veículos.
O benefício pode ser percebido pela ótica de quem provoca o prejuízo, como pela ótica de quem sofre o prejuízo. Da parte do causador, a garantia de que, não tendo poupança que cubra o prejuízo causado, o seguro pagará. Mais ainda, mesmo que tenha reservas financeiras, a existência da apólice preservará sua poupança, renda e, portanto, projetos. Da parte da vítima, independente da condição financeira do causador do acidente, o seguro lhe dará tranquilidade por saber que seus prejuízos serão reparados.
Assim demonstrado, reputo o seguro de responsabilidade civil para proprietários de veículos tão importante ao ponto de torná-lo obrigatório. Essa obrigação, dados os benefícios que proporciona, não representaria cerceamento de liberdade mas, ao contrário, ampliaria a sensação de segurança. Desse modo, ainda que, por enquanto, a contratação é voluntária, seja responsável. Previna-se. Contrate um seguro. Converse com um corretor.
Vander Cardoso
![Com tantos acidentes, o seguro de responsabilidade civil - que transfere o pagamento de danos de acidentes automobilísticos para as seguradoras - deveria ser obrigatório, como acontece em Portugal](https://olondrinense.com.br/wp-content/webp-express/webp-images/uploads/2023/10/Vander-Cardoso-1-957x1024.jpeg.webp)
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Formado em Administração pela UEL e em Economia e Contabilidade pela Unopar. Pós graduado em Marketing, tem MBA em Estratégia Empresarial pela USP. Atua no ramo de seguros desde 1990, tendo sido gerente comercial em várias seguradoras, nacionais e multinacionais. Atualmente é professor universitário e sócio-administrador da Max Line Corretora de Seguros. Fone (43) 3027-2707, cel (43) 999573708. Site: www.maxlineseguros.com.br. Instagram @maxlineseguros
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Respostas de 2
Ótima dica, tenho considerado um seguro de responsabilidade civil há certo tempo
Legal, Leandro. Vá adiante. Esse seguro é importante e tem preço bastante acessível.