Por Edmilson Palermo Soares
Como falamos na semana passada, cada país tem a sua própria legislação e uma nomenclatura também particular para a produção de seus vinhos.
Vamos começar pelo Velho Mundo, falando dos vinhos italianos, que por sinal são maravilhosos.
A classificação na Italia é a seguinte, seguindo aqueles pontos que mostramos no artigo anterior:

O Vino de Távola são os vinhos produzidos sem que sejam seguidas as regras determinadas em cada região. São os vinhos de mesa Italianos. Diferentes dos vinhos de mesa que estamos acostumados aqui no Brasil, lá eles são feitos com uvas Vitis Viníferas. Na Itália não existem as nossas uvas de mesa (Bordô, Niagara, Izabel, Concord) e são bons vinhos, porém necessitam de ser consumidos rapidamente.
Quando se começa a seguir algumas regras, mas como uma fiscalização mais branda, os vinhos passam a ser chamados de Indicazione Geográfica Tipica – IGT ou IGP (nomenclatura da União Européia). São vinhos autorizados a serem feitas em determinada região, com uvas autorizadas a serem plantadas nestes locais e com algumas características de plantio, produção e vinificação obrigatórias. Nesta classificação o Governo não faz exames laboratoriais para análises químicas das uvas.
A próxima classificação é a Denominazione di Origine Controlatta – DOC, onde aqui as obrigações com a legislação são mais rigorosas, e os vinhos são uma identidade do local onde são feitos. Os vinhos desta classificação têm um selo do Governo (parecido com o nosso selo do cigarro) identificando que o vinho foi aprovado, conforme figura abaixo.
Os vinhos melhores classificados são os Demominazione di Origine Controlatta e Garantita – DOCG além de seguir as regras rigorosas dos vinhos DOC ainda são submetidos a diversos exames laboratoriais durante cada etapa, desde o plantio até a produção. Você pode observar também o selo de controle.

Na União Europeia, tanto o DOCG como oDOC recebe a sigla DOP – Denominação de Origem Protecta.
Dentro das Classificações IGT, DOC, DOCG os vinhos podem ainda ter outras identificações conforme algumas características:
- Classico: quando o vinho é produzido dentro de uma área mais restrita, normalmente a região que deu origem a este vinho. Ex: Chianti Classico.
- Superiore: quando a quantidade de álcool do vinho é superior ao determinado para ele. Ex.: Dogliani Superiori.
- Riserva: quando o vinho passa por um processo de amadurecimento e envelhecimento superior as regras determinadas a ele.
- Apassimento ou Passito: quando após a colheita, as uvas passam por processo de secagem para que haja concentração de açucares da uva (frutose) e outras substâncias naturais das uvas, como os polifenóis. Este período de secagem pode chegar a 100 dias.
No próximo artigo, falaremos sobre as regiões vinícolas da Itália e seus vinhos.
Até lá.
Edmilson Palermo Soares


Enófilo, sócio proprietário da Confraria da Taverna, loja de vinhos e espumantes que traz novas experiências no mundo do vinho, estudioso e entusiasta, com conhecimento prático provando vinhos de mais de 20 países e diversas uvas desconhecidas do público em geral. Me siga nas redes sociais: no Instagram @contaverna, Facebook Confraria da Taverna e Linkedin
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