Por Edmilson Palermo Soares
A Uva Negroamaro é típica da região de Puglia, na Itália, e uma das mais antigas em terras italianas. O nome se origina de “niger” (latim) e maru (grego antigo), ambas significando “negro”.

Cultivada há pelo menos 1500 anos na Itália, acredita-se que ela tenha sido levada pelos gregos no século 8 a.C., se adaptando muito bem na região.
O vinho produzido a partir desta uva é muito valorizado por seus taninos de médio a intensos, além da cor, muito definida como profunda.
Atualmente é quase exclusivamente cultivada na região da Puglia, com destaque para a sub-região de Salento. Pode ser encontrada em vinhedos dos Estados Unidos e Austrália, regiões que apresentam condições climáticas similares à região da Puglia.
Em relação aos sabores, podem-se perceber amoras, cerejas pretas e ameixas. Também tende a adicionar alguns sabores terrosos, além de produzir um vinho complexo, que é bastante aromático. De modo geral são vinhos rústicos, combinando excepcional perfume com um delicioso amargor.
Inicialmente, esta uva não era tão popular inicialmente, sendo muito usada para dar cor aos vinhos elaborados em outros lugares da Itália. Mas devido seu baixo custo de seu vinho e por sua intensidade, seus aromas e sabores profundos e cheios de personalidade fizeram as pessoas se interessarem mais por esta variedade.
Negroamaro: melhores vinhos da Puglia
A Negroamaro produz alguns dos melhores vinhos tintos da Puglia principalmente quando misturada com a Malvasia Nera, casta que produz vinhos bastante perfumados, como no caso do Salice Salentino DOC.
Atualmente, os tintos de Negroamaro possuem uma cor profunda, quase negra, potencial alcoólico elevado, aromas frutados e de especiarias, como canela, cravo e pimenta.
As uvas Negroamaro também são amplamente utilizadas para fazer vinhos rosé, tanto varietais quanto de corte.
Os aromas de rosas com gerânio, morango e cereja e o sabor que equilibra o doce com amargo combinam muito bem com suflê de queijo, tortas que contenham legumes, peixe (diversos) e sopas.
Os vinhos mais encorpados com toda certeza são bons acompanhantes para pratos à base de massas caseiras e almôndegas regadas ao molho de tomates.
Vale a pena experimentar!
Edmilson Palermo Soares


Enófilo, sócio proprietário da Confraria da Taverna, loja de vinhos e espumantes que traz novas experiências no mundo do vinho, estudioso e entusiasta, com conhecimento prático provando vinhos de mais de 20 países e diversas uvas desconhecidas do público em geral. Me siga nas redes sociais: no Instagram @contaverna, Facebook Confraria da Taverna e Linkedin
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Foto: passagemcomprada.com.br
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