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Campânia: nem o Vesúvio destruiu o vinho!

Por Edmilson Palermo Soares

Historicamente definida como “Campânia Félix” pela fertilidade do solo e pelo clima ameno, a Campânia é hoje um dos territórios italianos mais interessantes, possui uma riqueza única de variedade de vinhas locais.

A Campânia encanta seus visitantes com os aromas do Mediterrâneo libertados pelos pinheiros, laranjeiras e limoeiros. As falésias, as praias convidativas e seu mar cristalino seduzem qualquer turista.

Privilegiada com um clima ameno e solo fértil, a região caracteriza-se por uma zona acidentada, com muitas montanhas. O vulcão Vesúvio, um dos poucos ainda ativos na Europa, os Golfos de Nápoles e Salerno, separados pela península de Sorrento, e as ilhas de Ischia, Capri e Procida oferecem paisagens de rara beleza.

A Campânia tem uma história milenar na vinicultura, que vem desde a época da colonização grega. Pompéia chegou a ser o principal centro comercial de vinhos
Costa Amalfitana – Foto: Pixabay

A Campânia e o vinho

Na Campânia, o vinho sempre desempenhou um papel fundamental, totalmente ligado à história e tradição da região. Uma história fascinante, que se concretiza nas muitas uvas da região e nos seus vinhos famosos.

O vinho da Campânia já era famoso na antiguidade romana, sobretudo o Falerno.

A enologia na Campânia iniciou-se com a chegada dos antigos gregos na região, onde se estabeleceu a Colônia de Neapolis (atual Nápoles). Eles fizeram do vinho um produto com grande valor comercial. A produção foi ainda maior durante o Império Romano.

Os gregos introduziram as sementes de vitis vinífera, pois a maioria das uvas nativas dessa região são de origem grega (Aglianico, Greco Bianco, Fiano, Falanghina, Biancolella e Piedirosso).

A influência dos antigos gregos é ainda hoje visível nas técnicas de cultivo “alberello” e na forma como as vinhas são podadas. A contribuição dos gregos foi fundamental para o sucesso dos vinhos na época romana.

Nesta época, Pompéia assumiu uma grande importância, com grande número de tabernas e por ser o principal centro comercial de vinhos da região da Campânia.

Pompeia – Imagem de falco por Pixabay

Os portos de Pozzuoli e Sinuessa despachavam milhões de litros aos outros países do Mediterrâneo. O vinho Falerno eram muito valorizado, ao ponto de uma ânfora valer o preço de um escravo. Esse prestígio acabou com a queda do Império Romano, situação que durou até a Idade Média.

A enologia da Campânia retomou o caminho da qualidade efetiva a partir da década de 1980. De lá para cá, os vinhos da Campânia têm recebido um interesse considerável por parte dos consumidores.

Nesta região é bastante raro encontrar a presença de uvas “internacionais” nas composições: a parte do protagonista nesta região pertence às uvas nativas.

Entre as castas brancas de Campânia, podemos citar: Asprinio, Falanghina, Fiano, Greco, Coda di Volpe, Pallagrello, Biancolella e Forastera. Já dentre as variedades de uvas tintas: Aglianico, Piedirosso, Sciascinoso, Pallagrello nero e Casavecchia.

Uma curiosidade, a Casavecchia ficou esquecida por muitos anos, e redescoberta na última década com ótimos resultados. Ela produz vinhos tintos extremamente elegantes e ricamente coloridos, possuindo um teor de antocianinas superior ao da Aglianico.

A Barbera e a Sangiovese são as vinhas mais cultivadas entre as não nativas da região.

Podemos identificar 5 grandes zonas produtoras:

  • Casertano, a zona de Nápoles;
  • Ilhas de Capri e Ischia;
  • Irpinia;
  • Benevento;
  • Cilento, na divisa com a Calábria

DOCG: Taurasi DOCG, Greco di Tufo DOCG, Fiano di Avellino DOCG, Aglianico del Taburno DOCG.

DOC: Aversa DOC, Campi Flegrei DOC, Capri DOC, Casavecchia di Pontelatone DOC, Castel San Lorenzo DOC, Cilento DOC, Costa Amalfitana DOC, Falanghina del Sannio DOC, Falerno del Massico DOC, Galluccio DOC, Irpinia DOC, Ischia DOC, Península Sorrentina DOC, Sannio DOC, Vesuvius DOC

IGT: Campânia IGT, Catalanesca del Monte Somma IGT, Hills of Salerno IGT, Dugenta IGT, Epomeo IGT, Paestum IGT, Pompeiano IGT, Roccamonfina IGT, Terre del Volturno IGT.

Edmilson Palermo Soares

A ilha italiana da Sardenha tem uma história milenar, com um grande acervo arqueológico, belas praias e vinhos de qualidade superior

Enófilo, sócio proprietário da Confraria da Taverna, loja de vinhos e espumantes que traz novas experiências no mundo do vinho, estudioso e entusiasta, com conhecimento prático provando vinhos de mais de 20 países e diversas uvas desconhecidas do público em geral. Me siga nas redes sociais: no Instagram @contaverna, Facebook Confraria da Taverna e Linkedin. Whatsapp (43)3324-1842.

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