Skip to content

Saiba mais sobre upcycling e entenda o porquê dessa tendência ser um sucesso

Por Ana Paula Barcellos

O upcycling tem sido apontado por várias das revistas de moda – e também alguns grandes portais – como a grande tendência fashion de 2021. Grifes como Balenciaga e Miu Miu já anunciaram coleções inteiras criadas a partir de peças antigas da marca, que eles já tinham ou que foram garimpados em mercados e brechós vintage mundo afora.

Upciclyng – Foto: GettyImages

Mas a verdade é que essa “tendência”, embora bastante atual, não surgiu agora com as peças de roupa: diversas marcas, principalmente de acessórios, já aderiram à técnica há alguns anos e vêm aproveitando peças mais antigas de seu estoque para criar novos acessórios, mostrando versatilidade e trazendo sustentabilidade para seu negócio.

O upcycling prolonga o ciclo de vida de um produto, usando-o para criar algo completamente novo sem mudar sua essência. A reciclagem é um processo completamente diferente: nele, você usa o que seria descartado como matéria prima para criar um novo produto que não vai ter nada a ver com o primeiro. Nesse caso, é comum o produto final ter menos qualidade, isso porque o material a ser reciclado já costuma ser de qualidade inferior e a matéria prima precisa passar por muitas etapas.

Com o upcycling, você dá um novo uso para o que seria descartado agregando valor ao produto, uma vez que a base já é de boa qualidade e você não vai precisar desgastá-lo em processos complicados e que envolvem longas etapas.

Balenciaga Upcycled – Foto: Divulgação

A gente faz isso na loja desde 2018, quando a gente ainda estava como Bijorhca. Descobrimos que havia um estoque morto com muitas caixas, todas elas cheias de peças consideradas “sem potencial de venda”, o que significava desperdício e prejuízo enormes!

Passamos vários dias analisando peça a peça e pensando no que poderíamos fazer com elas: desmanchamos colares, desmontamos anéis, separamos contas, pingentes e entremeios… Algumas peças inteiriças e bastante antigas – mas de qualidade excelente e em ótimo estado – foram transformadas em aplicações para enfeites de cabelos, broches; outras foram aplicadas em colares e braceletes.

O resultado foi um sucesso! Peças antes consideradas sem potencial algum tinham sido transformadas ou integradas a peças charmosas, contemporâneas. Em pouco tempo, boa parte já havia sido vendida.


Christopher Raeburn e sua coleção Upcycled – Foto: Divulgação

Hoje, a gente continua seguindo essa filosofia com a Maria Jujuba: veio no meio das peças adquiridas por atacado e não é tão bacana? Perdeu a graça, não é mais tendência? Vai pra mesa de ucpycling! A gente tem uma linha vintage todinha upcycled.

Na indústria da moda, esse caminho foi um pouco diferente. Alguns designers novos e jovens chegaram a fazer seu nome com coleções inteiras criadas com upcycling, mas as marcas consolidadas olharam com certo desdém para esse movimento, até pela presumida resistência dos consumidores.

Colar upcycled da linha vintage da Maria Jujuba Foto: Camila Mossi

 Se as grifes de luxo demoraram para perceber o potencial da técnica, a pandemia fez com que olhassem com outros olhos para os materiais parados: peças de roupa antigas, bolsas, acessórios, sobras de tecido… tudo virou matérias prima nas mãos de designers e estilistas. A necessidade mudou o cenário e fez o upcycling virar pop!

E tomara que essa moda pegue mesmo! Pra começar, pelo tanto de material que ao invés de ser descartado, será reutilizado. E também pelo potencial criativo: coisas incríveis podem sair de onde a gente menos espera – tipo uma caixa cheia de produtos sem potencial de venda.

Ana Paula Barcellos

Escritora, mocinha do medalhão persa, marketeira e pesquisadora de tendências. Trabalha com as marcas Madame B., Maria Jujuba Rock e Pinacola.

Foto: Colar upcycled linha vintage Maria Jujuba – Foto: Camila Mossi

Compartilhar:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Designed using Magazine Hoot. Powered by WordPress.