Por Ana Paula Barcellos
Recebi essa pergunta por já ter comentado várias vezes que não costumo colocar as roupas em caixinhas do tipo “roupa de sair”, “roupa de grife”, “roupa de marca popular” etc. Minhas roupas convivem todas muito felizes no meu guarda-roupa apertado. Tirando uma ou outra peça mais extravagante ou casacos quentes que, obviamente, ficam reservados para quando faz frio de verdade (Quase nunca, né? Não em Londrina), eu não tenho mais “momento especial” para usar roupas.



Quando era mais nova, minha irmã ficava indignada porque eu reservava algumas peças e sapatos para ocasiões especiais e algumas eu nunca usava. E, para além do clichê de usar as roupas enquanto a gente está viva, essa é realmente uma questão. A não ser que seja uma peça muito extravagante, como falei, muito exuberante, sofisticada demais para o dia a dia, não faz sentido guardar roupa pra usar outra hora.
Quem me acompanha há mais tempo sabe que eu inclusive saio de “pijamas”. São sim uns pijamas mais bonitinhos (mas a maioria nem pijama é, no sentido literal, é mais roupa que ficou pra dormir mesmo), mas pra mim, roupa de sair é roupa limpa, bonitinha e estilosa. É claro que eu não saio de pijamas e depois durmo com eles novamente sem lavar. Mas acho super normal ir à padaria com a roupa que você acordou – até porque banho mesmo eu tomo antes de dormir, sempre. De dia é só ducha e muitas vezes depois da padaria. Cada pessoa tem seu esquema, né?



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Mas e roupa de trabalho, isso ainda existe? Até alguns anos atrás bombava muito esse tipo de matérias em revistas: roupas para trabalhar, looks para trabalho. Ainda tem, mas bem menos e em outra pegada. Os tempos mudam, os costumes também. E moda tem a ver com comportamento. Muitas empresas adotaram códigos de vestimenta (o tal do dress code) mais informais. São poucos os lugares, atualmente, em que você precisa trabalhar de roupa social, são cargos muito específicos que exigem vestimenta ou uniforme específico. Dependendo do trabalho, até moda fitness pode servir de uniforme!
Roupa de trabalho: formal x informal
E ainda bem. Isso dá mais liberdade para cada pessoa se vestir como prefere (dentro de certos limites, claro. Não precisa falar sobre bom senso, né?) e em um país como o nosso, com clima tão quente, não tem como inventar muita moda nesse sentido – aproveitando o trocadilho.



Então minha resposta seria não. Bom senso e estilo bacana é tudo o que você precisa para se vestir para trabalhar. Cabe à própria pessoa (se ela não usa uniforme) pensar sobre o local onde ela trabalha, o estilo do lugar, das pessoas com que ela convive, se trabalha com atendimento ao público ou não etc. E sempre dá pra pensar num look de trabalho que tenha sua cara, seu estilo pessoal.
Eu sou autônoma, trabalho principalmente em casa. Sou grata à rotina de mãe, filha, companheira e adulta funcional que me mantém em movimento o dia todo, chamando muito carro por aplicativo, sempre com muita coisa pra resolver. Não fosse isso, eu viveria vestindo roupa pra dormir. Seria muito confortável, mas muito triste!
E você, como se veste para trabalhar?
Ana Paula Barcellos

Viciada em botas, sacoleira e brecholenta, trabalha com criação de joias artesanais e pesquisa de tendências. Tem foto da Suzy Menkes na estante e escreve essa coluna usando pijama velho, deitada no sofá enquanto toma café com chocolate. Me siga no Instagram @yo.anap e @experienciasdecabide
Foto principal: Freepik
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