Algumas pessoas costumam me perguntar sobre como funcionam as avaliações no curso de Design de Moda, como são pensados e desenvolvidos os projetos… Passando eu mesmo pela loucura e correria do fechamento do projeto desse fim de ano, resolvi aproveitar para explicar um pouco sobre um tipo de avaliação que acaba abrindo para os alunos todo um universo de possibilidades!
Bom, como todo curso da UEL, o sistema de avaliação é por meio de provas e trabalhos. E com o curso de Design de Moda não é diferente, existem provas e trabalhos que são realizados durante o período letivo. No entanto, no início do segundo semestre a avaliação tradicional que conhecemos é deixada de lado e é substituída pelo Projeto Integrador (P.I), que nada mais é que uma grande avaliação que pode durar até 6 meses. Para o seu desenvolvimento são necessárias várias disciplinas em prol de um único propósito: a solução do seu problema projetual.
E como se chega a um “problema” que vai virar oportunidade através do projeto? No segundo ano de Design de Moda deste ano, após a seleção das marcas que seriam trabalhadas, a equipe composta por um trio deveria delimitar um problema/uma oportunidade de design, ou seja, apontar aspectos que a marca não atendia, ou atendia de maneira inadequada, e propor uma solução que atendesse às necessidades dos consumidores. A oportunidade de design não só consiste em achar “problemas” na marca, mas também em oferecer novas visões de mercado – tanto em conforto quanto em estética.
Para o P.I do segundo semestre de 2019, foi proposto para os estudantes de Design de Moda da UEL o desenvolvimento de uma coleção infanto-juvenil (idades entre 4 a 12 anos), com dez composições, sendo duas delas confeccionadas, que fossem coerentes com a linguagem da marca trabalhada. Além do mais, duas peças da coleção deveriam ser desenvolvidas de maneira a atender crianças portadoras de necessidades especiais.
Assim, o objetivo final do projeto é a imersão dos estudantes nesse universo mal explorado e que tem um enorme potencial de mercado, a fim de desenvolver produtos de moda confortáveis, lúdicos e divertidos que serão (hipoteticamente) comercializados pela marca.
O projeto criou a coleção Re-Forest, com objetivo principal de apresentar peças desenvolvidas com zero desperdício de tecidos, ajudando o planeta na luta contra o lixo.
E o mais fantástico: para resolver um problema da graduação, já existente nos estudos prévios sobre o zero desperdício têxtil, foi possível projetar as roupinhas para aumentarem mais um tamanho, prolongando o tempo de uso pelas crianças e evitando a compra de novas peças rapidamente – mais uma forma de cuidar da natureza e mais um passo para reafirmar a possibilidade de uma moda sustentável!
As estampas feitas à mão com aquarela representaram os animais amazônicos, trazendo brasilidade e cor nas peças – além de envolvimento para pais e filhos quanto ao tema reflorestamento, que foi explorado na parte visual do projeto.
Atualmente, o P.I do segundo ano de Design de Moda da UEL é coordenado pela professora Maria Antonia Romão, que se diz muito orgulhosa com os resultados finais.
Fotos: Projeto Integrador, 2019 – Proposta de Coleção para a marca The Mini Forest. Alunos: Karoline R. Bertolino, Guimel M. da Silva e Natalia Azorli. Créditos Universidade Estadual de Londrina
Carlos Fabian S. Jimenez
20 anos, pisciano e estudante de Design de Moda na Universidade Estadual de Londrina.