Por Ana Paula Barcellos
Muita gente tem dúvida sobre como usar chapéus: não sabe se é melhor se guiar pelo clima, pelo material, pelo estilo. E há um tempinho, me perguntaram sobre a etiqueta do uso do chapéu: posso usá-lo em local fechado ou é melhor tirá-lo?
O chapéu é um acessório que já foi de uso diário, comum. Caiu no desuso, virou antiquado, depois voltou a ser sinônimo de estilo, mas bem raro na maioria das cabeças. Nos últimos anos, no entanto, tem voltado a figurar como peça que complementa o look e que faz o estilo – muitas vezes o look todinho -, deixando de ser do tipo que a gente usa só na praia.


Outra dúvida comum é sobre o melhor material na hora de escolher um chapéu. Sempre trato de lembrar: a gente vive no Brasil, e mais especificamente em Londrina: aqui, não apenas o verão é quente, a gente tem dias muito quentes e secos em todas as estações, então não precisa limitar a escolha desse acessório à sazonalidade. O chapéu de palha e o Panamá, que muita gente gosta de usar no verão, caem muito bem também na composição de looks para esse nosso outono quente e até nos dias mais brandos do inverno.


Outros dois modelos de chapéu que funcionam muito bem por aqui são o Floppy e o Bucket. O Floppy é mais maleável e tem abas mais largas e onduladas. Os maiores são ótimos para usar em festas e ocasiões sociais, já os menores são perfeitos para compor looks mais casuais, para o dia a dia mesmo.
O Bucket (que muita gente por aqui ainda chama de cata coco) tem tudo a ver com nosso clima e acompanha bem a maioria dos looks, mesmo os mais “arrumados”, tudo depende do material, da cor e do estilo. Muita gente ainda fica de pé atrás com ele, mas vale a pena experimentar, o resultado pode ser surpreendente!


O Coco funciona bem por aqui se for para usar num dia mais frio mesmo ou se ele for confeccionado com um feltro mais leve. Claro, a gente vê os exemplares europeus e se apaixona, mas acho que eles são um tanto pesados para o nosso clima – a não ser que seja pra usar no de inverno “de verdade”, como falei.


Tem ainda o modelo Clochê, que é retrô total. Ajuda a compor muito bem não apenas looks mais clássicos, mas também fica muito bem com peças de roupa mais diferentonas – e pra mim esse contraste é ainda mais interessante. Fica muito bem com cabelo de corte mais curto e até com coque. Outro clássico maravilhoso é o Porky Pie, um que vale a pena ter no armário. Em lã leve, mais reto, facilita para compor a produção. Dá pra usar com blusa mais grossa e até com regata, vai bem com tudo.


O Fedora? Um dos meus preferidos. É clássico, mas ao mesmo tempo tem uma pegada Boho contemporâneo. Pra mim, é um dos que mais funciona com looks urbanos, fica bem com vestido e também com jeans e regata, com saia e casaco. Pra mim, um dos modelos mais curingas!


Claro, não posso me esquecer da boina e do boné. Esses dois, mais conhecidos, são também mais fáceis de combinar e coordenar, vão bem com looks de todas as estações e com as mais variadas peças de roupa, o lance é ir experimentando e ver qual forma de usar combina mais com você. Agora, sobre a etiqueta do chapéu, pense que ele é como o óculos de sol: a não ser que você esteja com algum problema no couro cabeludo, com uma seborreia/caspa de matar, não tenha tido tempo para lavar os cabelos, não dá pra usar em local fechado. Entrou? Tira, deixa em cima da bolsa, na cadeira. Quando sair, coloca de novo. Essa é a única regra fixa! No mais, é se jogar e ver qual você gosta mais de usar.

Ana Paula Barcellos
Viciada em botas, sacoleira e brecholenta, trabalha com criação de joias artesanais e pesquisa de tendências. Tem foto da Suzy Menkes na estante e escreve essa coluna usando pijama velho, deitada no sofá enquanto toma café com chocolate.
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