Aquecimento global em 6 looks: você tem roupa pra usar nesse verão de fim do mundo?

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Por Ana Paula Barcellos

Falar assim, de cara, sobre aquecimento global? Se supõe que na primeira coluna do ano o tema deveria ser inspirador. O mais certo parecia mesmo escrever sobre algo que tivesse a ver com metas e recomeços, aquela coisa toda de início de ano. Acontece que o calor sufocante de Londrina não me traz esse tipo de inspiração. Essa chuva que ameaça igual quadrilha de festa junina – mas é tudo mentira – só faz aumentar a sensação de abafamento. Lembram quando janeiro era o mês da chuva por aqui?

O verão começou ainda em outubro do ano passado e 2023 foi o ano em que mais se falou em aquecimento global e suas consequências justamente porque vivemos o ano mais quente da historia do planeta. De TODA a historia do planeta! E, por conta disso, o facekiny dos chineses virou notícia também e teve início um debate sobre qual seria a roupa do fim do mundo.

O sunkini chinês para suportar o calor na praia. Foto: Shutterstock

Essa semana não consegui pensar em outra coisa. Pesquisando preço de ar condicionado, acabei encontrando notícias sobre pesquisas que mostram que o ar condicionado é uma saída individual para o calor, e ajuda a aquecer ainda mais as cidades – coisa de até 2 graus! Mas foram mesmo as matérias sobre roupas descartadas de forma nada sustentável – e que só ajudam a piorar esse cenário –  me fizeram desistir de vez de falar sobre garimpo e roupa nova.

A máscara contra o calor já acompanha também os looks urbanos. Foto: Instagram

Aquecimento global tá na moda: como você se veste nesse calorão?

Como você se veste para enfrentar esse calor insano? Eu mesma tenho usado vestidos curtos de alcinha, shortinho de tecido com regata de algodão e, acreditem ou não, comprei um cropped!) Tudo culpa do calor. E ainda assim continuo passando mal nos dias em que o mormaço reina e o sol arde na pele – mesmo fazendo uso do protetor solar de FPS alto.

Dentro de casa não precisa de roupa, né? Fica um pouquinho mais fácil se sua casa não vira um forno e se dá sorte de ter pelo menos uma brisa e o ventilador não ficar apenas girando o ar quente. Ainda assim, na correria do dia a dia, não dá pra se trancar em casa, né? Com mais um pouco de sorte, a gente curte um tantinho de ar condicionado no carro que chamou por aplicativo, no consultório, na farmácia, no mercado.

Incrivelmente, não encontrei quem tenha aderido à moda praia ou lingerie com pegada urbana aqui em Londrina. Somos mesmo muito interioranos ainda para dar esse tipo de passo. Mesmo assim, comprei um top tipo sunkini nessa vibe e talvez me torne uma das primeiras adeptas. Com calça indiana leve com fendas e rasteirinha deve se tornar meu novo uniforme. Me vejo obrigada a tomar medidas drásticas pra evitar desmaiar pela rua, que a pressão chega no pé, né?

Como você faz para enfrentar esse calor insano? Com o aquecimento global, só dá para pensar em usar roupas leves
Já tenho visto algumas mulheres, pasmem, treinando assim: conjunto de surf com proteção FPS. Foto: Pinterest

Duvido que a facekini chegue logo por aqui, mas fiquei me perguntando que outras opções serão viáveis e estarão disponíveis num futuro próximo para que a gente não morra de calor. Sinceramente, a distopia é o futuro logo ali e escrevo isso com a certeza de que não exagero.

Um grupo de cientistas desenvolveu um tecido chamado metafabric justamente pensando no enfrentamento do aquecimento global. Segundo o site Wired, pesquisadores chineses produziram esse tecido com nanopartículas que refletem a maior parte da luz solar para longe do usuário, que se mantém fresco mesmo em lugares onde o calor é extremo. Além do benefício para o corpo humano, haveria também o benefício de diminuir a necessidade de usar ar condicionado. Criado em 2021, ainda há um desafio: transformar o tecido em roupas e conseguir que as peças encontrem espaço nas prateleiras das lojas, mas, principalmente, convencer as pessoas a pagarem o preço dessas roupas, que não será muito acessível.

Os desafios são muitos, o ser humano corre contra o tempo sabendo que já cruzou a linha de uso irresponsável dos recursos do planeta. No nosso caso, as queimadas e o desmatamento ocorridos no Pantanal durante a pandemia repercutiram também no clima e no bioma paranaense. Acreditem, essa influência é real.

Um rapaz que cresceu no sítio e entende tudo de plantação e clima me garantiu que como o verão chegou antes em 2023, o inverno também chegará mais cedo em 2024. Ele diz que o sol já não é o de verão, já está mais pálido como no outono. Segundo ele, no fim de fevereiro a gente já deve ter mudado de estação. Fico torcendo para ele estar certo e de olho no céu, vestindo biquíni, óculos de sol e transpirando filtro solar. Vou comprar um chapéu!

Ana Paula Barcellos

Viciada em botas, sacoleira e brecholenta, trabalha com criação de joias artesanais e pesquisa de tendências. Tem foto da Suzy Menkes na estante e escreve essa coluna usando pijama velho, deitada no sofá enquanto toma café com chocolate. Me siga no Instagram @experienciasdecabide

Foto principal: Getty Images

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