Por Ana Paula Barcellos
Sempre acho, mesmo, muito engraçado quando pegam uma peça, calçado ou acessório que é básico, muito clássico, e dizem que está em baixa. Acho mais engraçado ainda quando isso parte das ditas fashionistas ou de pseudo-influenciadoras geração Z. Uma coisa é você dar uma repaginada especial, lançar um modelo diferente ou muito específico, outra coisa é dar um formato icônico como superado.

Não tem como dar a sapatilha como superada, não tem. A sapatilha é um modelo de calçado muito básico e clássico demais para conseguirem isso. Na verdade, um dos primeiros modelos de calçado de que se tem notícia: os antigos egípcios já usavam calçados muito semelhantes, feitos em couro, para proteger os pés das areias quentes do deserto!

Aqui no Ocidente, as sapatilhas foram popularizadas através do ballet, no século XVII, numa versão com salto. Mas foi apenas em 1956 que virou calçado pra sair na rua: a atriz francesa Brigitte Bardot, que dançava ballet, adorava o conforto e praticidade das sapatilhas e por isso pediu para a Repetto, famosa companhia de dança, que criasse um modelo especialmente para ela. Assim nasceu a Cendrillon, o modelo Cinderela, feito com couro e solado de borracha, como conhecemos hoje.
Sapato de vanguarda nos pés de estrela de cinema vira febre, né? Foi o que aconteceu. O calçado caiu no gosto de mulheres do mundo todo e foi alçado instantaneamente ao posto de clássico indispensável. Outra atriz que o usava muito e é constantemente associada a esse modelo é Audrey Hepburn.

Sapatilha: um clássico confortável para todas as horas
De lá pra cá, as sapatilhas já foram repaginadas milhares de vezes, mas nunca deixaram o posto de calçado clássico, assim como nunca deixaram as prateleiras. Por serem extremamente confortáveis e básicas, permitindo combinações quase infinitas, são muito usadas para trabalhar (e grandes coringas dos looks corporativo) e queridinhas inclusive das noivas.
Para essa coluna, escolhi 5 modelos que sim, estão mais em alta nessa temporada, e que são perfeitos para compor looks tanto para dias mais frios quanto para dias mais quentes.

Detalhe: eu mesma não uso sapatilhas, tive um único par para sair, vermelho envernizado (juro!), bem Cherry Girl, que usava quando trabalhava como professora/secretária de escola. Calcei, se muito, durante um período letivo.



As únicas sapatilhas possíveis para mim foram as da Moleca, que nunca mais encontrei. Aquilo sim era um clássico e muito confortável (além de ter preço muito em conta), usava para saídas rápidas no dia a dia, mas infelizmente esse sim foi superado. Os outros modelos não consigo usar por causa do formato, muito reto (flat), prejudiciais para meus pés. Uma pena.

Ana Paula Barcellos
Viciada em botas, sacoleira e brecholenta, trabalha com criação de joias artesanais e pesquisa de tendências. Tem foto da Suzy Menkes na estante e escreve essa coluna usando pijama velho, deitada no sofá enquanto toma café com chocolate. Me siga no Instagram Me siga no Instagram @experienciasdecabide e @yopaulab
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