Por Marcelo Fabrão
Todo candidato sabe, ou deveria saber, que disputar uma eleição requer muito preparo, tanto físico, quanto emocional e, claro, técnico. E para que tudo isso funcione bem é preciso planejamento.
O planejamento é o responsável pela elaboração da estratégia e o detalhamento das ações e táticas que serão desenvolvidas pela equipe e pelo político. Resultados positivos não aparecem do nada e muito menos sem uma estrutura organizada.
Planejar é estar preparado para o que vier, independente das adversidades que possam aparecer.
Numa eleição nem sempre o melhor candidato sai vencedor, mas o que erra menos, sim. E não tem como minimizar erros sem planejar cada passo que for dado dentro da campanha.
Se de um lado o planejamento é imprescindível, do outro, o candidato tem a responsabilidade de executá-lo. Não é planejar a campanha e depois agir por conta própria. Orquestrar uma campanha não é simples, envolve muitos dados, testes e um passo a passo que precisa ser respeitado.
Mas por onde começar o planejamento?
Briefing e diagnóstico:
Todo bom planejamento começa com diagnóstico. Eu gosto de dividir essa parte em dois tipos de análise: pesquisas essenciais e pesquisas ideais.
Pesquisas essenciais: é saber quem é o candidato, sua história, seus valores, seu propósito, público-alvo, público ideal, seus concorrentes, análise de Porter, análise SWOT (no inglês: strenghts, weaknesses, opportunities e threats. No português: forças, oportunidades, fraquezas e ameaças, a famosa FOFA). Uma análise SWOT ajuda a identificar pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças de algum projeto ou de todo o planejamento de campanha.
Esse briefing inicial, muitas vezes negligenciado por grande parte dos profissionais de marketing, amplia a visão do marqueteiro na elaboração da estratégia de campanha.
Pesquisas ideais: Qualitativas – são pesquisas que ajudam na compreensão dos sentimentos e percepções do eleitor. A pesquisa qualitativa é aquela que não se pode mensurar apenas com números e dados. Ela se preocupa com o nível de realidade que não pode ser quantificado, ou seja, ela trabalha com o universo de significados, de motivações, aspirações, crenças, valores e atitudes.
Pesquisas ideais: quantitativas, que trazem dados sobre aprovação, rejeição, intenção de voto, potencial de crescimento do candidato, entre outros. O método quantitativo é conclusivo. Tem como objetivo quantificar um problema e entender sua dimensão. Em suma, esse tipo de pesquisa fornece informações numéricas sobre o comportamento do eleitor.
“Conhece-te a ti e ao teu inimigo, e em cem batalhas que sejam, nunca correrás perigo” .
Sun Tzu
Estratégias, táticas e metas:
A palavra “estratégia” tem uma multiplicidade de significados, mas quero chamar sua atenção em dois exemplos. Robert Greene diz que estratégia é um processo mental no qual sua mente se eleva acima do campo de batalha. Já Igor Ansoff diz que estratégia é “estabelecer conjuntos de regras de decisão para orientar o comportamento organizacional como possibilidade de adaptação às modificações do ambiente econômico, social e cultural”.
Nos dois exemplos, estratégia consiste em visão ampla, adaptabilidade e regras de execução bem elaboradas e é aqui que entram as táticas e metas, que por sua vez são ações de execução fragmentadas que irão proporcionar, no todo, êxito no objetivo da estratégia. São essas ações que movimentam a estratégia no alvo. Ou seja, elas são tarefas específicas que você vai fazer para atingir os objetivos prescritos.
Acompanhamento do planejamento
O planejamento estratégico de uma campanha precisa de acompanhamento e avaliação de resultados constantes. O monitoramento faz parte do planejamento estratégico e é necessário, principalmente, para manter o controle do que está acontecendo. E isso é feito, geralmente, por meio de uma análise de relatórios operacionais regulares sobre as atividades da campanha.
Ao analisar os resultados, é possível averiguar o processo e identificar erros, problemas e falhas que estão impedindo o alcance dos resultados esperados. Com as informações obtidas pelo acompanhamento, podemos não apenas corrigir as falhas, como também aprimorar o que está dando certo.
O monitoramento é importantíssimo para comparar os resultados alcançados com os resultados previstos, ou seja, se a estratégia adotada é mesmo a mais indicada, se está dando o retorno esperado ou se devemos mudar imediatamente.
Para finalizar, o acompanhamento permite que o planejamento esteja em constante busca pela melhoria dos processos adotados na campanha, garantindo assim, um bom desempenho do candidato, da equipe e do relacionamento político-eleitor.
Não existe campanha vitoriosa sem um bom planejamento estratégico construído, organizado e bem orquestrado. Lembre-se disso!
Texto elaborado com a participação da jornalista Patrícia Dapper.
Sobre mim
Meu nome é Marcelo Fabrão. Sou marqueteiro político há 16 anos. Casado, pai de dois meninos lindos, Filipe Lucas e David Luiz. Amo filmes, séries, rock, fotografias, bateria e Muay Thai. Em 2020, no meio daquela pandemia infernal, percebi a importância do branding na estratégia de comunicação eleitoral e me tornei um estrategista de marcas com o propósito de ajudar políticos a se transformarem em marcas sinceras e atuais. Além de consultor de Marketing Político e Branding, sou diretor de um Instituto de pesquisa e da agência Fabbron. Me siga no Instagram @marcelorfabrao e no Linkedin
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