Festa integra movimento internacional que, neste ano, homenageia a sambista carioca Teresa Cristina
O LONDRINENSE com assessoria
Uma grande roda em que as mulheres exercem o protagonismo tocando e cantando samba se formará no sábado (25), a partir das 16h, na sede do Movimento de Artistas de Rua de Londrina (Rua Duque de Caxias, 3.241). O sexto encontro anual de mulheres na roda de samba será realizado simultaneamente em 23 cidades do Brasil e de outras partes do mundo, com transmissão ao vivo pelas páginas do movimento de cada localidade nas redes sociais. Londrina participa desde a primeira edição do evento, promovida em 2018, com a participação de cerca de 30 mulheres instrumentistas, cantoras e produtoras culturais.
Os ingressos podem ser adquiridos no local ou antecipadamente, por R$ 10, através da chave Pix mulheresnarodalondrina@gmail.com. Além das atividades presenciais, o evento também terá transmissão simultânea on-line no perfil de Instagram @bambasnosamba.
A cada ano, uma mestra sambista é homenageada, e 2023 foi escolhido como o “Ano Teresa Cristina”. Todas as rodas cantarão três canções escolhidas pela artista, que participa presencialmente do encontro no Rio de Janeiro. Suas composições “Candeeiro”, “Cantar” e “Cafofo da Surica” abrem a roda, seguidas de outras canções de sua autoria, ou interpretadas ao longo de mais de duas décadas de carreira. Na instrumentação, a roda conta com violão, cavaco, bandolim, flauta, violino e os tradicionais instrumentos de percussão – pandeiro, tamborim, ganzá, agogô, surdo e tantã.
O evento tem apoio do Encontro de Contadores de Histórias de Londrina (ECOH), Vila Cultural AlmA Brasil e Movimento dos Artistas de Rua de Londrina (MARL). E a Vila Cultural Canto do MARL conta com patrocínio da Prefeitura de Londrina, por meio do Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic).
Sobre o movimento Mulheres na Roda de Samba
Idealizado pela cantora carioca Dorina, o movimento Mulheres na Roda de Samba surgiu com a proposta de unir as rodas femininas espalhadas pelo mundo, assim como as profissionais de diversas áreas da cadeia produtiva que compõem a cultura do samba. Dessa forma, visa criar uma imensa rede feminina de artistas e possibilitar as trocas e o fortalecimento da presença feminina dentro do Samba.
Esta grande roda virtual já foi dedicada a Beth Carvalho, Leci Brandão, Elza Soares, Alcione e Tia Surica. Atualmente, o movimento conecta mulheres sambistas da América do Sul, Europa e Japão. No núcleo de Londrina, a coordenação está sob responsabilidade de Rakelly Calliari, Suyane Alves e Thainara Pereira. No Paraná, integram também o movimento coletivos na capital Curitiba e em Morretes, com a participação de artistas de outras localidades do nosso litoral.
Teresa Cristina – Nascida no bairro de Bonsucesso e criada na Vila da Penha, subúrbio do Rio de Janeiro, Teresa aprendeu a cantar com experientes sambistas frequentadores da casa de Tia Surica, a portelense que foi homenageada pelo movimento de mulheres na roda de samba no último ano.
Na década de 1990, ela passou a ser convidada por expoentes para cantar em shows e festivais, firmando parcerias com a Velha Guarda da Portela, além de Elton Medeiros, Moacyr Luz, Pedro Amorim e outros músicos de expressão. A partir de 1999, passou a integrar o Grupo Semente, tornando-se uma das responsáveis pelo movimento de revigoração musical da Lapa. Sempre com muita reverência à história do samba, gravou homenagens a Paulinho da Viola, Cartola, Noel Rosa, Wilson Baptista, João Nogueira e Nelson Cavaquinho, entre outros grandes nomes. Durante a pandemia, realizou lives diárias que ganharam destaque no noticiário nacional.
Neste ano em que comemora 25 anos de carreira, a cantora foi uma das principais atrações do réveillon na Praia do Flamengo, no Rio de Janeiro. Além disso, fundou e comandou seu próprio bloco de carnaval, o bloco B.R.E.C. (Bloco Recreativo Enredo Carioca), com palco montado na Praça Mauá, e apresentou um novo projeto em homenagem a Maria Bethânia.
Foto: Rafaela Morais/Divulgação