CCR Aeroportos anunciou investimentos de cerca de R$ 90 milhões, a partir de abril de 2023, no aeroporto londrinense; obras devem ser finalizadas em um ano e meio
O LONDRINENSE com assessoria
O Aeroporto de Londrina Governador José Richa terá Sistema de Pouso por Instrumento (ILS). O anúncio foi realizado, na manhã desta sexta-feira (7), pelo diretor de Operações da Companhia de Participações em Concessões Aeroportos (CCR Aeroportos), Comandante Miguel Dau, ao prefeito Marcelo Belinati. A apresentação técnica aconteceu no gabinete do prefeito, oportunidade na qual a concessionária que administra o local explicou seu plano de trabalho.
Para o prefeito Marcelo Belinati, o anúncio marca um dia histórico para o Município e para a região metropolitana de Londrina, que há anos aguardavam pela ampliação, modernização e melhorias no aeroporto. “Nosso aeroporto, nos próximos dois anos, terá toda a ampliação, o ILS que é uma reinvindicação antiga da cidade e a melhoria no terminal de embarque e desembarque. É um conjunto de obras que vão colocá-lo em um outro patamar. Um aeroporto assim vai trazer conforto, segurança e acima de tudo desenvolvimento econômico para a cidade, porque vai gerar milhares de emprego e, consequentemente, o desenvolvimento social, porque você provê as condições necessárias para que mais indústrias e empresas venham para Londrina e para o norte do Paraná e, para que aquelas que já estão aqui, possam ampliar seus negócios”, disse o prefeito.
De acordo com o projeto apresentado, com a instalação do ILS – Categoria 1, na cabeceira 31 da pista, a CCR Aeroportos aumentará a capacidade de operação de pousos e decolagens mesmo em condições meteorológicas adversas, o que aumentará a segurança da pista. Isso porque, o instrumento é um dispositivo que fornece ao piloto duas informações essenciais, sendo uma delas sobre o eixo da pista e a outra sobre a trajetória ideal de planeio.
Depois de entregue as obras, o aeroporto terá capacidade de movimentar quase três vezes a quantidade movimentada atualmente e permitirá que uma aeronave Airbus a320 ou Boeing saia de Londrina com seu peso máximo de decolagem e chegue até Natal. “Entendemos que essas obras vão colocar o aeroporto de Londrina em um outro patamar, com uma capacidade operacional a altura da pujança da região e da cidade. É uma série de obras que visam todos aqueles que habitam no aeroporto tendo como centro principal o passageiro, depois as empresas aéreas, na questão da infraestrutura, possibilitando o aumento da oferta de operações de voos em Londrina”, elucidou o diretor de Operações da CCR Aeroportos, Comandante Miguel Dau.
Segundo ele, é gritante a vocação do aeroporto de Londrina para a instalação do ILS, visto a capacidade do local, que já operou mais de 1 milhão de passageiros por ano. Além desse instrumento será instalado o Sistema de luzes de aproximação (ALS) em 600 metros de comprimento na cabeceira 31. O ALS funciona através de antenas luminosas que servem de guia para os pilotos, dando o alinhamento preciso da aeronave. Juntos, esses dois sistemas (ILS e ALS) garantem aos pilotos a certeza de que estão no eixo correto da rampa da pista e na altura adequada, ou seja, conhecimento vertical e horizontal do local que pousarão ou decolarão. “Às vezes, o piloto tem uma visibilidade horizontal boa, mas não verticalmente e precisa arremeter a aeronave. O ILS e ALS ajudam a guiar os pilotos tanto vertical quanto horizontalmente, principalmente quando as condições meteorológicas são adversas e não precisaremos deslocar a cabeceira da pista”, explicou o comandante Dau.
Na modernização do aeroporto também será ampliado o pátio de manobra e a área de estacionamento das aeronaves (em formato C) para que não haja conflitos com distanciamento dos aviões que pousam com aqueles que estão taxiando. Atualmente, existem seis, mas duas têm restrição de envergadura. Com a reforma, serão seis sem restrição nenhuma.
Também será ampliada em 145 metros a extensão da Pista de Pouso e Decolagem no sentido da cabeceira 31; será instalado RESAs de 90×90 metros em ambas cabeceiras da pista, para não precisar limitar o peso máximo das aeronaves que pousarão ou decolarão nesta pista; serão feitas adequações no hangar existente como também da largura das pistas de táxi aéreo existente; será construído um Holding Bay para não afetar o tempo de ocupação da pista pelo táxi aéreo; serão construídas pontes de embarque e desembarque de passageiros, pois atualmente não existe nenhuma, e será reformado e ampliado o Terminal de Passageiros (TPS), que sairá de 5.800 m² para 8.000 m². Para todas essas obras, a empresa deverá investir cerca de R$ 90 milhões durante 18 meses, a começar em abril de 2023.
O presidente do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel), Bruno Ubiratan, comemorou os anúncios. “Foi uma grande reunião que tivemos, que mostrou as possibilidades de bons investimentos e a chegada do tão sonhado ILS para Londrina. Isso é um ganho para o Município de Londrina, por isso sempre apoiamos a concessão, para que se conseguíssemos os investimentos rápidos, por parte da iniciativa privada. Isso vai melhorar a qualidade da infraestrutura para os passageiros e aumentar a número de voos para a nossa cidade”, afirmou Ubiratan.
Para o coordenador do Grupo de Trabalho (GT) que acompanha as reuniões técnicas da melhoria do aeroporto, Jose Nicolás Mejía, havia uma preocupação para que as obras de modernização saíssem do papel o mais breve possível e que melhorias como o sistema ILS não fossem deixadas de lado. “É uma satisfação muito grande. A gente tem trabalhado por isso durante muitos e muitos anos, tanto da iniciativa privada quanto do poder público, e felizmente temos a confirmação da instalação do ILS, da ampliação da pista, da modernização do terminal como um todo para ter um aeroporto que Londrina precisa e merece”, afirmou Mejía.
O secretário municipal de Governo e procurador-geral do Município, João Luz Esteves, lembrou que, no final de julho, esse Grupo de Trabalho foi até a sede da CCR Aeroportos, em São Paulo, mostrar as potencialidades de Londrina, ação que ajudou a garantir um aumento no valor investido no aeroporto daqui. “Um grupo foi a São Paulo, apresentou Londrina e suas potencialidades, e a concessionária acreditou em Londrina e na região, em todas as cidades em volta. Todas têm um grande potencial, por isso que os investimentos estão sendo ampliados mais do que estavam previstos inicialmente e já está tudo aprovado no Conselho de Administração da CCR. Vai acontecer no início do ano que vem”, contou Esteves.
Apresentação sobre Londrina – Durante a reunião técnica foi feita uma apresentação sobre um levantamento realizado pela Prefeitura de Londrina com as empresas e indústrias instaladas no Município e nas cidades vizinhas, para identificar as demandas relacionadas ao aeroporto. Entre elas, foram ouvidos os resorts da região, como o Hard Rock Cafe, além da Tata Consultancy Services, Grupo Muffato, BRF, Grupo Schindler, ADAMA Brasil, Amcor Flexibles Brasil, Sandoz, Integrada, Unimed, A Yoshii, Positivo, ATOS, Made4it, Paraná TI, e outras. Uma das reinvindicações mais reiteradas foi quanto à segurança para pousos e decolagens em dias de chuva e neblina, que agora será sanado com os ILS e ALS; e mais voos para cidades como São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Campo Grande e Cuiabá.
O secretário de Gestão Pública, Fábio Cavazotti e Silva; o diretor-presidente, José Antônio Tadeu Felismino; a arquiteta e urbanista da diretoria de Planejamento do IPPUL, Ana Luiza Moreira apresentaram os dados. “Depois da visita a São Paulo, fomos pesquisar mais sobre as estratégias, informações e demandas para repassarmos aos empresários, para diversificar o aeroporto e ter uma atração maior de pessoas para a região. Temos problemas por ele estar no centro, mas temos muito potencial por ele estar muito próximo do centro da cidade e a gente vê a diversificação do aeroporto como uma forma de viabilizar e fomentar o movimento no aeroporto”, explicou Moreira.
A ideia é mostrar possíveis novos negócios que podem estar ligados à modernização da infraestrutura, como a implantação de medidas de aproveitamento da energia solar no entorno do aeroporto e de um possível espaço para pouso e decolagens de drones e de carros voadores elétricos, como o da Embraer. Entre os pontos colocados, o vice-presidente do Sinduscon, Gérson Guariente Júnior, lembrou da Expolondrina e da movimentação financeira na ordem de R$ 1.8 bilhões, gerada com os negócios fechados durante a visitação de mais de 600 mil pessoas em abril deste ano.
Já o secretário municipal de Gestão Pública ressaltou a importância do estudo e da abertura do Município para novas iniciativas. Fizemos uma projeção das possibilidades, uma provocação das possibilidades em desenvolvimento para dizermos que estamos dispostos para sermos provocados através dos instrumentos de planejamento da cidade, como o Masterplan da nossa cidade, porque tudo isso passa pelo aeroporto. Também o objetivo de dizer que estamos abertos à inovação, às novidades e a implantar novas coisas em Londrina, porque temos legislações, capital humano e condições para podermos fazer mais e com sinergia”, falou Cavazotti e Silva.
Acompanharam a reunião com a CCR, além dos citados na matéria, o gerente do Aeroporto de Londrina, Antônio Montano; o Diretor de Negócios da CCR, Fábio Russo Corrêa; o vereador Matheus Thum; o presidente do Sinduscon, Sandro Nóbrega; o ex-secretário de Governo, Alex Canziani, o arquiteto e professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL), André Silvestre e a diretora de Turismo da Codel, Roberta Zulin.
Sobre a desestatização – O contrato para concessão do Aeroporto Governador José Richa foi assinado há quase um ano (em 20 de outubro de 2021), pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), com a interveniência de Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), para a Companhia de Participações em Concessões, do grupo CCR Aeroportos. Com isso, a CCR tem a concessão para a ampliação, manutenção e exploração dos aeroportos por um período de 30 anos. A concessão deu-se por meio de leilão realizado em abril de 2021 juntamente a outros oito aeroportos no Bloco Sul, que são de Curitiba, São José dos Pinhais, Foz do Iguaçu, no Paraná; Navegantes e Joinville, em Santa Catarina; Pelotas, Uruguaiana e Bagé, do Rio Grande do Sul.
Foto: Vivian Honorato