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Lançamentos da semana não trazem nada de espetacular

Por Marcelo Minka

Em matéria de cinema, estamos naquele infrutífero período pós férias do meio do ano e pré-férias fim de ano, com lançamentos da semana pífios e que não valem o valor pago no estacionamento de shopping. Mas, vamos a eles:

Golda, A Mulher de Uma Nação

Carregando o filme do primeiro ao último frame, Helen Mirren (A Grande Mentira – 2019) segura as pontas com competência, mas o filme sucumbe em uma narrativa impressionista esvaziada. A trama é verídica e trata da vida de Golda Meir (1898-1978), a famosa ‘Dama de Ferro de Israel’.

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O filme foca em 1973, quando Egito, Jordânia e Síria lançam um ataque surpresa contra Israel no seu dia mais importante, o dia santo. E o filme se desenrola entre mapas antigos, tribunais e diálogos longos, exigindo do espectador que não tenha graduação em História uma certa disposição e paciência.

Dá até pra entender que, em toda biografia, encontramos traços de mitificação do personagem, mas em Golda esta mitificação é tremendamente reforçada pelas escolhas do diretor Guy Nattiv (Skin – 2018), tanto na fotografia e escolha das lentes, como na posição de câmeras e cortes. É neste sentido que o filme namora, abraça e beija o impressionismo, apresentando um personagem super mitificado e deixando a guerra e suas consequências em segundo plano, um plano esvaziado.

Helen Mirren está ótima no papel de Golda, com uma interpretação contida, mas intensa. Se você é fã da atriz, talvez valha a pena o preço do ingresso.

Toc Toc Toc: Ecos do Além

Podemos observar que diretores estreantes têm dado novo fôlego ao gênero terror, evitando velhas e cansativas fórmulas e apresentando direções consistentes e criativas. Dirigido por Samuel Bodin (Marianne – desde 2019), Toc Toc Toc é quase isso, quase consistente e quase criativo, apesar de ser subversivo. No começo do filme ficamos meio perdidos, afinal, a trama trata do quê? E continuamos assim o filme todo, meio perdidos.

As performances dos atores são boas, mas os personagens são… nem sei que palavra usar, talvez personagens genéricos, todos eles. E o filme se desenrola assim, não sendo inovador e não abraçando o convencional. A trama até garante alguns sustos com pulos da poltrona, e só. Deixe para se assustar com os boletos do começo do mês.

Marcelo Minka

Graduado em licenciatura em Artes Visuais, especialista em Mídias Interativas e mestre em Comunicação com concentração em Comunicação Visual. Atua como docente em disciplinas de Artes Visuais, Semiótica Visual, Antropologia Visual e Estética Visual. Cinéfilo nas horas vagas. Me siga no Instagram: @marcelo_minka e @m_minka_jewelry

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(*) O conteúdo das colunas não reflete, necessariamente, a opinião do O LONDRINENSE.

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