Por Telma Elorza
Quem chega à Londrina pelas três principais “portas de entrada” da cidade – Avenidas Tiradentes e Dez de Dezembro, além da Santos Dumont, onde está o Aeroporto – pode achar que, por aqui, não se comemora o Natal. Não há uma única luzinha piscante na Rodoviária, nos canteiros da avenidas citadas ou na Praça Nishinomiya. O viajante que não conhece a cidade não saberá que tem que procurar os palcos iluminados do Lago Igapó, onde se concentra boa parte dos investimentos dos cerca R$5 milhões gastos pela Prefeitura para decorar “a cidade”.
Embora haja decorações em algumas praças espalhadas pelo Município, além da Rua Sergipe e algumas luzinhas “sem vergonha” no Calçadão, “o resto da cidade parece escuro e triste”, segundo uma leitora do O LONDRINENSE que mandou mensagem ao jornal.
A Prefeitura apontou que são 19 pontos de decoração iluminados, divididos em cinco lotes diferentes, com quase R$2 milhões investidos na árvore e passarela do Lago 2. Outro R$1,15 milhão foi destinado para instalação de enfeites em rotatórias (mas não todas), R$998 mil para decoração na avenida Saul Elkind e Rua Sergipe; R$549,8 mil para árvores naturais e iluminação de prédios públicos (mas não todos), além de R$367 mil na montagem da Casa do Papai Noel, na praça da Bandeira, no Calçadão.
Na noite desta quarta-feira (24), fui dar uma volta pela região central para observar o que a leitora apontou como “escuro e triste” e teve a mesma percepção que ela. Praças como a Tomie Nakagawa não receberam nem uma pequena decoração, a Rodoviária de Londrina – que sempre teve alguma decoração, mesmo que simples – estava desnuda e árida, o PAI tinha enfeites sem luzes e a avenida Leste-Oeste, em seu total, pareceu muito escura e desolada. Na Santos Dumont, uma única decoração na rotatória com a JK e nada no restante.
Não sei quais foram os critérios do Município em concentrar os investimentos em pontos tradicionais que já chamam atenção naturalmente nesta época do ano. A árvore do Lago 2 poderia ser mais simples que iria atrai tanta gente quanto nos anos anteriores. No entanto, quiseram inventar uma passarela que consumiu boa parte do dinheiro. É interessante? É! Forma-se filas enormes todos os dias? Sim. Mas não precisavam deixar o resto da cidade com esse ar de tristeza. Numa cidade enorme como Londrina, que quer atrair mais turistas, o planejamento precisa pensar num todo.
Nota: Na quarta-feira, a árvore do Igapó apresentava problemas nas luzes de led e, durante quase uma hora que passei por lá, a iluminação completa só funcionou por menos de 20 minutos.
Foto: A árvore do Lago 2 com problemas nas luzes de led – Telma Elorza