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Hotel de La Marine e exposição Al Thani

Por Chantal Manoncourt

Quatro anos de trabalho foram necessários para restaurar este palácio, localizado na praça de la Concorde em Paris, e dar de novo todo seu esplendor anterior. 

Hotel de La Marine – Fotos : P.Berthé – P.Cadet/Centre Des Monuments Nationaux

Encomendado pelo rei Luís XV, em 1758, este edifício albergou, em 1767, o armazenamento da Coroa Real, responsável pelos móveis e obras de arte destinadas a adornar as residências reais. É também o lar das joias da coroa e de todos os presentes dados à França. É aqui também que o rei queria celebrar, em 30 de maio de 1770, o casamento de seu neto, o futuro rei Luís XVI, com Maria Antonieta. Em 1777, o governo convenceu o rei a abrir as portas do local todas as terças-feiras para apresentar ao público as coleções reais. Em seguida, tornou-se o primeiro museu da França.

Em 1789, o Ministério da Marinha decidiu se estabelecer ali e chamá-lo de Hôtel de la Marine. Um local de trabalho, mas também de poder, este palácio suntuosamente decorado é palco de eventos de prestígio, como o baile dado em homenagem à coroação de Napoleão em 1804 ou a chegada do rei Louis Philippe, que veio testemunhar a instalação do obelisco de Luxor (presente do Egito) no centro da praça de la Concorde em 1836.

Loggia do Hotel de la Marine: Foto : P.Berthé – P.Cadet/Centre Des Monuments Nationaux

As salas cerimoniais do armazenamento foram redesenhadas para se tornarem magníficas salas de recepção, onde apareceram símbolos de cenas marítimas adornadas com âncoras e golfinhos. Em 2015, o Ministério da Marinha saiu de cena e um novo capítulo foi aberto para este prédio. Uma brigada inteira de artesãos toma conta do lugar: carpinteiros, marceneiros, douradores, ourives, estofadores, pintores, etc., mas também arquitetos para transformar este lugar em um museu. Um telhado de vidro piramidal transparente e luminoso, como um cristal, coroava o pátio principal. Aberto ao público desde maio de 2021, visitantes deslumbrados vagueiam entre a loggia e os muitos quartos, salões e apartamentos lindamente decorados.

As galerias são especialmente projetadas para acomodar exposições temporárias. Atualmente, os tesouros da coleção Al Thani estão em exibição. Aos 40 anos, esse Sheik, primo do emir do Qatar, é considerado um dos mais importantes colecionadores de arte do mundo. Uma chuva dourada cai na primeira galeria, uma cascata de flores douradas suspensa no teto, como um convite à descoberta de sete obras-primas que ilustram a criatividade humana através das civilizações. Aqui está a cabeça de um faraó em jaspe vermelho da 18ª Dinastia, uma rara escultura em bronze dourado de um pequeno urso chinês (206 aC) ou uma máscara maia verde de jade (200 aC).

A segunda galeria apresenta onze rostos esculpidos de diferentes períodos e tem como tema a figura humana, a de uma princesa egípcia, o deus grego Serápis, mas o notável busto de vermeil do imperador Adriano adornado com vidros, esmaltes e pérolas chama a atenção de todos os visitantes.

Busto do imperador Adriano – Foto : P.Berthé – P.Cadet/Centre Des Monuments Nationaux

A terceira sala revela as artes islâmicas em suas mais variadas formas por meio de cerâmicas, jóias, manuscritos, objetos de vidro, ferragens e talheres cerimoniais. A riqueza dos materiais que compõem os objetos apresentados dá a impressão de estar diante de um antigo tesouro. Como não entrar em êxtase diante deste vestido de algodão, seda e pele, diante de um talho em ágata esculpido, um broche de ouro finamente cinzelado … Diante de nossos olhos, essas maravilhas que contam seis mil anos de criatividade se manifestam milagrosamente.

Chantal Manoncourt

Parisiense, arqueóloga e jornalista, apaixonada pelo Brasil, já escreveu vários livros sobre turismo brasileiro

Foto : P.Berthé – P.Cadet/Centre Des Monuments Nationaux

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