Por Chantal Manoncourt
Toda a história do famoso estilista e sua casa de moda é contada na Galerie Dior, em Paris. Uma paragem a não perder para os entusiastas da moda sem deixar de visitar a sua terra natal na Normandia.

Assim que você entra, seu olhar é capturado por esta visão sublime: uma escada em espiral imaculada como um convite para mergulhar neste surpreendente “Diorama”, um verdadeiro arco-íris de objetos miniaturizados. Bolsas femininas, ternos Bar, saias de tule, vestidos de noite… tantos ícones que resumem em uma parede vertiginosa o universo da famosa casa de moda com 452 vestidos e 1.874 acessórios!


É no prédio totalmente reformado, onde Christian Dior se instalou em 1946, que nasceu “La Galerie”, um vasto espaço de 2.000 metros quadrados que remonta aos 75 anos de história da Maison Dior. Concebido como um museu que mostra a evolução da moda através da sociedade, exibe peças de coleções e até alguns lugares emblemáticos preservados como são, como as oficinas de alta costura renovadas, a cabine dos manequins, o escritório de Christian Dior e uma joalheria oficina. Uma nova vitrine de elegância, know-how e arte francesa de viver onde luxo e tradição se misturam.




Assim, o visitante admirador descobre, entre esboços originais e documentos audiovisuais, o talento visionário do criador. Foi dentro destas paredes que nasceu, em 1947, o New Look e o seu emblemático Fato Bar, casaco de seda e saia plissada, estrela do primeiro quarto. Depois vem a magia na sala dos Jardins Encantados povoada por sublimes vestidos vintage, rodeados pelo som dos pássaros, raios de luar e um teto pontilhado de flores. “Os costureiros encarnam um dos últimos refúgios do maravilhoso. Eles são, de certa forma, mestres do sonho“, confidenciou Christian Dior. Palavras que ressoam em simbiose com a sala final chamada “Le bal Dior” (O baile Dior). Dispostos nas arquibancadas, vestidos longos sublimes parecem flutuar no céu em diálogo com as estrelas e um mar de nuvens.




Nascido em Granville, na Normandia, a paixão do estilista pela natureza e pelos jardins pode ser vista em todos os seus trabalhos: os enfeites de rosas em vestidos de noite, os bordados, a matéria-prima para seus perfumes. “Felizmente há flores”, repetiu. Na sua casa transformada em museu, organizam-se regularmente exposições. Atualmente são os chapéus que estão no centro das atenções. O costureiro fez dele um símbolo essencial da alta costura francesa. “É a melhor forma de expressar a sua personalidade”, escreve sobre este acessório favorito que acompanhará cada uma das suas coleções. Sejam tecidos em palha, pontuados com ramos de lírio-do-vale, confeccionados em tafetá ou couro, sábios ou extravagantes, hoje parecem surpreendentemente modernos e continuam sendo um acessório atemporal.




A Galeria Dior fica na 11 rue François 1er 75008 Paris
Museu Christian Dior, villa Les Rhumbs 50400 Granville fica a 340 km de Paris
Fotos: © Benoit Croisy – Solve Sundsbo – coll. ville de Granville

Chantal Manoncourt
Parisiense, arqueóloga e jornalista, apaixonada pelo Brasil, já escreveu vários livros sobre turismo brasileiro