Por Maurício Chiesa Carvalho
Já ouviu falar que o que é proibido é mais gostoso? Segundo o filósofo alemão do século 19 Arthur Schopenhauer, o sentimento de ausência é o movimento precursor da busca que o ser humano empreende em sua vida: a procura pela realização pessoal, pelo relacionamento com o outro e pela tão fugidia felicidade. “Todo desejo nasce de uma falta, de um estado ou condição que não nos satisfazem: portanto, enquanto não for satisfeito, ele é sofrimento”.
Também conhece o exercício do Ócio Criativo, que trata em saber conciliar o trabalho com os estudos e o lazer de forma a equilibrá-los, sem se sobrecarregar e extraindo o máximo de cada momento? Com o ócio criativo, você é capaz de se entregar e dedicar inteiramente e desenvolver melhores ideias. Ócio Criativo é título de um livro do sociólogo do trabalho italiano Domenico De Masi e é também um conceito de trabalho que o autor define através da interseção entre três elementos: trabalho, estudo e jogo.
Segundo Maslow, as necessidades humanas básicas estão hierarquizadas em cinco níveis, denominadas fisiológicas, de segurança e proteção, de propriedade e de afeição, de poder e de auto realização
Ademais, os seres humanos têm necessidade de exercer poder e de relacionamento. Sugerir, participar, opinar. Quando estes elementos estão presentes, a cocriação e participação torna-se fator fundamental. Claro que cada empresa uma empresa, cada atividade uma atividade e cada cultura, uma cultura organizacional. Respeitada estas realidades, é possível sim, trazer ao pano de frente, as normas de maneira que sejam compreendidas e seguidas. Não impostas.
A própria reforma trabalhista (Lei 13.467/2017) trouxe alteração no que concerne à representatividade dos empregados junto a seus empregadores: a figura da comissão de representação dos empregados, regulada pelos artigos 510-A e seguintes da CLT.
Eu costumo chamar de “comissão do bom trabalho”.
A comissão de representantes dos empregados tem uma série de atribuições, dentre as quais: representar os empregados perante a administração da empresa; aprimorar o relacionamento entre a empresa e seus empregados; promover o diálogo e o entendimento no ambiente de trabalho com o fim de prevenir conflitos; buscar soluções para os conflitos decorrentes da relação de trabalho, de forma rápida e eficaz; assegurar tratamento justo e imparcial aos empregados, impedindo qualquer forma de discriminação por motivo de sexo, idade, religião, opinião política ou atuação sindical.
A implementação dessa estrutura de diálogo entre empresa e colaboradores traz ganhos de sinergia e redução de riscos e contingências trabalhistas. Claro que de maneira assertiva.
Assim como a CIPA cuida de questões de saúde e segurança, essa comissão do “bom trabalho” pode contribuir em questão de Qualidade de Vista e Bem-estar. Inclusive, propagadora de notícias boas e consultas. Já que, talvez, pela empresa ser grande e não ser possível consultar a todos, esta comissão pode contribuir para a construção coletiva, sensibilização e principalmente, apoio em resoluções.

Maurício Chiesa Carvalho
Administrador, Executivo de RH, psicanalista, consultor, docente e escritor. Conselheiro da Academia Europeia de Alta Gestão e um dos RHs mais Admirados do Brasil de 2021. Linkedin mauríciochiesacarvalho
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