Como pensar sobre gestão de pessoas e recursos humanos, em 2023?

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Por Maurício Chiesa Carvalho

É… já estamos chegando em 2023. Quando falamos sobre capital humano, transcendemos a questão meramente recursal. Falamos de intelecto, emoções, sentimento, performance. Paixão. Propósito. Legado. É entender que, muito além de profissionais, falamos de pessoas. Falamos de sentido. E quando investimos recursos emocionais, ambientais, processuais e tecnológicos, o monetário é secundário.

Investir corretamente os esforços emocionais e organizacionais garante alta entrega deste capital. Nem sempre ganhar muito significa ganhar bem. E nem sempre investir muito, significa investir bem. E, nesta obra, cases de renomados executivos compartilharão pontos de vista, estratégias e ações para que este capital humano tenha alta rentabilidade, entrega.

Quando falamos de capital humano falamos de pessoas que lideram, gerem, fazem, vivem, sentem. Falamos de algo vivo, dinâmico. Encontrar essa ressonância entre Ikigai organizacional x ikigai pessoal é um grande desafio. Ikigai é uma palavra japonesa que significa “razão de viver”, “objeto de prazer para viver” ou “força motriz para viver”. Existem várias teorias sobre essa etimologia. De acordo com os japoneses, todos têm um ikigai. E descobrir qual é o seu requer uma profunda e, muitas vezes, extensa busca de si mesmo.

Muitas organizações se perguntam como ter os melhores líderes do mundo. Mas a colocação correta é como deixar melhores líderes para o mundo.

Entender que o capital humano (assim como o financeiro/econômico) passa por altos e baixos: oscilação de bolsa de valores x humores, perda de valorização x languishing. No Brasil, o “languishing” tem sido traduzido como “definhamento”, que, por sua vez, tem seu significado associado a termos como “debilitação progressiva”, “extenuação”, “enfraquecimento paulatino” e “abatimento”, pela insegurança e efeitos relacionados às dúvidas sobre o que ainda está por vir, reforçados principalmente quando se trata da pandemia de Covid19.

Quando falamos em saúde mental, abordamos sensações situadas entre dois extremos: o bem-estar —de quem se sente bem, feliz, satisfeito e completo com a própria vida — e a depressão —dos que experimentam mal-estar, infelicidade e ansiedade de forma contínua. “O ‘languishing’ não está nem de um lado e nem do outro. Fica no meio do caminho. Ainda assim, não é neutro e está longe de ser positivo. É quase que um limbo emocional”.

Thaís Gameiro, doutora em neurociência pela UFRJ

Existe também a Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional, que é um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade. A principal causa da doença é justamente o excesso de trabalho. O tempo médio de afastamento, segundo algumas pesquisas, são de 100 dias. E após este retorno, será que conseguiremos novamente a Paixão+Perfomance desta pessoa, trazendo-a para o ambiente que a adoeceu? Seria colocar a culpa da febre no termômetro. Seria mesma pergunta: você investiria seu capital em algo que não desse retorno? Ainda mais depois de um prejuízo?

Aqui, não me remeto a questão de não dar atenção e o acolhimento para a pessoa, muito pelo contrário. Falo das estratégias da organização em relação ao cuidado deste capital intelectual e humano.

Considerar estes pontos para planejar 2023 em termos de times e equipe farão toda a diferença.

Foto: João Vanzo

Maurício Chiesa Carvalho

Administrador, Executivo de RH, psicanalista, consultor, docente e escritor. Conselheiro da Academia Europeia de Alta Gestão e um dos RHs mais Admirados do Brasil de 2021. Linkedin mauríciochiesacarvalho

Foto: Pexels

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