Por Robson Moretão
Olá pessoal! Hoje, vamos desbravar o universo dos games e seus efeitos na vida das crianças e adolescentes. Um tema que gera dúvidas, preocupações e, muitas vezes, incertezas nos pais e responsáveis. Será que o lazer dos nossos filhos se tornou uma questão de saúde?
O estudo TIC Kids On-line, de 2023, revela que 42% das crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos já fazem parte da comunidade gamer, jogando on-line com amigos todos os dias ou quase todos os dias. Entre os pequeninos de 9 a 10 anos, esse número sobe para 59%, enquanto na faixa dos 15 aos 17 anos, 55% confessam se aventurar pelo mundo virtual.
Uma porta para o aprendizado e crescimento?
Para a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), “os games podem ser mais do que simples diversão. Eles podem ser ferramentas poderosas para o aprendizado, ensinando a lidar com vitórias e derrotas, persistência e superação. Através dos jogos, nossos filhos podem viajar para novas culturas, conhecer a história e até mesmo aprimorar seus conhecimentos em línguas estrangeiras”. Palavras do neurologista Eduardo Jorge Custódio da Silva, em uma entrevista para o site Estadão.
Mas, como em tudo na vida, o equilíbrio é fundamental. A SBP reforça que, quando utilizados de forma adequada, os games não prejudicam as relações familiares nem o desempenho escolar. O problema surge quando o limite se perde e o exagero toma conta. Nesses casos, os jogos podem trazer consequências negativas como distúrbios do sono, sedentarismo, problemas de humor e até mesmo o chamado “gaming disorder“, uma dependência do uso recorrente e persistente da internet para jogos.
Pais e responsáveis, identifiquem os sinais de alerta:
A boa notícia é que a Organização Mundial da Saúde (OMS) nos dá uma mãozinha para identificarmos o problema. Na 11ª revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças (CID-11), o “gaming disorder” foi reconhecido como um distúrbio de saúde mental.
“Um dos mais importantes princípios desta revisão foi simplificar a estrutura de codificação e ferramentas eletrônicas. Isso permitirá que os profissionais de saúde registrem as condições de forma mais fácil e completa”, afirma Robert Jakob, líder da equipe de classificação de terminologias e padrões da OMS.
Para caracterizá-lo, é preciso que três comportamentos centrais estejam presentes por pelo menos 12 meses, de forma persistente e recorrente:
- Perda de controle: o adolescente joga por mais tempo do que o planejado e não consegue parar quando deveria.
- Aumento de prioridade: os jogos se tornam mais importantes do que outras atividades essenciais, como dormir, se alimentar, estudar e socializar.
- Aumento da atividade: mesmo diante dos prejuízos familiares, sociais, educacionais ou em outras áreas, o jovem continua jogando compulsivamente.
Diálogo e orientação
A psicóloga Luiza Brandão, especialista em Psicologia Clínica pela USP, nos lembra que o diálogo é a chave para uma relação saudável com os games. Converse com seus filhos sobre esse hobby, incentive-os a explorar novos jogos, mas sempre com cautela na hora da escolha. Estabelecer regras e limites de tempo de tela também é fundamental para um uso equilibrado.
Veja alguns conselhos valiosos da SBP sobre o mundo dos jogos:
- Jogar não é desperdício de tempo; pode ser uma fonte de diversão e aprendizado. Além disso, os jogos podem ser uma ferramenta educativa poderosa.
- Os jogos podem unir diferentes gerações, permitindo que os adolescentes sejam os guias para os adultos que não cresceram na era digital.
- Ao lidar com alguém que possa estar tendo problemas com os jogos, é crucial evitar julgamentos e não diminuir a importância do passatempo para essa pessoa.
- É essencial prestar atenção à classificação etária e ao conteúdo dos jogos, pois nem todos são apropriados para todas as idades.
- Lembre-se de que a classificação etária não substitui o cuidado parental; a comunicação aberta é sempre a melhor abordagem.
Juntos, podemos construir um futuro digital mais positivo e saudável para as nossas crianças e adolescentes!
Compartilhe este blog com seus amigos e familiares! Vamos espalhar conhecimento e ajudar a prevenir o vício em games!
Umas dicas extras
- Para mais informações, consulte o site da Sociedade Brasileira de Pediatria.
Se você se preocupa com o uso de games pelo seu filho, converse com um psicólogo ou outro profissional de saúde mental, porque games não são vilões, mas o excesso deles sim.
Foto: Bing Image Creator
Robson Moretão
Um maluco por games desde sempre – há mais de 30 anos! Sou fissurado em histórias incríveis, desafios “impossíveis” e gráficos realistas. Aqui, na minha coluna, vou falar sobre o avanço desta indústria fantástica e seus desdobramentos. Ah, e se quiser ficar por dentro das últimas novidades dos games e e-sports diariamente, cola comigo nas minhas redes sociais: Twitter, Tiktok, e Instagram
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